Autoras: Natália da Rosa Pioner e Allyne Cristina Grando
O câncer de próstata é o tipo mais comum no homem e o segundo com maior mortalidade. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostraram a ocorrência de 65.840 casos em 2020 com taxa de incidência de 29,2% em relação aos outros tipos de câncer. Os aumentos destas taxas de incidência podem ser justificados por um percentual de evolução de métodos de diagnóstico, aumento na expectativa de vida pela melhoria da qualidade de sistemas de informação. (1,13,19) A taxa de mortalidade por câncer de próstata no Brasil no ano de 2019 foi de 15.983 casos, sendo responsável por 13,1% das mortes causadas por câncer. É considerado um câncer de terceira idade, pois em 75% das vezes acomete homens a partir dos 65 anos de idade. (1,17,18)
A próstata é uma glândula que fica localizada na parte baixa do abdômen. É um órgão pequeno que está localizado na região abaixo da bexiga e à frente do reto, onde envolve a parte inicial da uretra e também produz uma porção do sêmen. (1,20) Geralmente na sua fase inicial o câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma, e quando vêm apresentar, esses sintomas são semelhantes ao de crescimento benigno da próstata. (1) Existem diversos fatores que são apontados como os principais para o aumento da incidência do câncer de próstata como as campanhas de identificação da doença, onde se identifica mais homens com a doença e também maus hábitos alimentares, sedentarismo, consumo de cigarro, obesidade e histórico familiar. (2,1,13,23)
A grande maioria dos casos ocorre com idade superior a 50 anos e principalmente naqueles homens com histórico familiar. De acordo com histórico o risco aumenta quando se trata de um parente de primeiro grau como pai ou irmão que tem ou teve a doença, e pode aumentar de 10,9 vezes quando três parentes possuem doença. Nesses casos é indicado que sejam realizados exames preventivos a partir de 40 anos. Com informações sobre raça/etnia, considerando que estes fatores podem aumentar o risco do aparecimento de um câncer. Desta forma classificando negros e norte-americanos em primeiro lugar, brancos em segundo e japoneses em terceiro. (15,22,23,29)
O fator de risco considerado importante é a dieta, dessa forma uma alimentação rica em gordura saturada e pobre em fibras aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de próstata. Em casos de obesidade, o câncer de próstata pode ser identificado tardiamente, nesses casos o excesso de tecido adiposo dificulta e acaba interferindo no exame de toque retal, não tendo confiabilidade e também na dosagem de antígeno prostático específico (PSA). Homens obesos têm concentrações séricas de PSA mais baixas do que homens com peso normal, provavelmente pelos níveis menores de testosterona devido à baixa atividade androgênica e maior volume plasmático que acaba dificultando a detecção precoce, já que a biópsia só será indicada quando os valores de PSA excedem 4ng/ml. Desta forma esses fatores podem levar um diagnóstico tardio pelos valores mascarados, enquanto um homem de peso normal seria indicativo de biópsia. (15,16)
Todos os anos são realizadas campanhas como Novembro Azul, que é uma campanha mundial do combate ao câncer de próstata, para estimular o rastreamento, com a finalidade de detecção precoce do câncer sendo indicada a uma faixa etária definida, afim da redução das complicações e mortalidade, indicando o exame de toque retal e a dosagem de PSA. (1)
Porém, o INCA e Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendam a estruturação de programas de rastreamento para o câncer de próstata. Eles apontam que toda a revisão de pesquisas que apresentam boa qualidade cientifica que foram realizadas até o momento indicam que não se tem evidências de que exames para rastreamento em homens sem sintomas possa reduzir a mortalidade, ressaltando também, que o exame de dosagem de PSA mesmo sendo muito utilizado pode trazer problemas de segurança em relação aos resultados, podendo identificar incorretamente o câncer de próstata em alguém que não possui a doença, tendo um Baixo Valor Preditivo Positivo. (1,3) Porém, não descartam a preocupação em relação à doença, destacando ser necessário realizar investimento para diagnóstico em pacientes que possuem sintomas e tratamento para aqueles que já estão doentes. (1,17)
Portanto, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão da literatura sobre o rastreamento do câncer de próstata através da dosagem do antígeno prostático específico.
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