A saúde e o bem-estar dos nossos animais de estimação são prioridades para qualquer tutor responsável. Com a crescente popularidade de suplementos e vitaminas no mercado pet, é crucial entender quando e como utilizá-los corretamente nos cães.
Para esclarecer essas questões, conversamos com a médica-veterinária membro do Grupo Afrovet e docente Paloma Santos Santana. Ela compartilha que os principais suplementos veterinários disponíveis no mercado para cães são baseados em vitaminas do complexo B, cálcio, ômega 3, ferro, condroitina e glucosamina. Esses suplementos, entretanto, não são necessários para todos os cães, como ela ressalta: “A suplementação vitamínica mineral é indicada apenas quando houver recomendação veterinária, pois a ração já é completa e balanceada”.
Para os cães que seguem uma dieta de alimentação natural, a suplementação torna-se essencial, mas sempre sob orientação do veterinário que formulou a dieta. Paloma destaca, ainda, que a suplementação só trará benefícios em casos de dietas não balanceadas ou em animais com doenças que resultam em deficiências nutricionais. “Diferente dos nutracêuticos, que são compostos bioativos, os suplementos vitamínicos e minerais só são benéficos para animais que realmente necessitam de um suporte adicional”, explica.
Suplementos vitamínicos ou minerais?
A veterinária aborda a diferença entre suplementos vitamínicos e minerais: “A suplementação vitamínica contém apenas vitaminas, como as do complexo B, vitamina A, D, E e K, enquanto os suplementos minerais são compostos por nutrientes como cálcio, ferro e potássio. Já o suplemento vitamínico mineral possui ambas as classificações em sua composição”.
Quando questionada sobre as necessidades específicas de cães em diferentes fases da vida, a veterinária enfatiza que nenhum suplemento vitamínico mineral é recomendado para cães saudáveis que consomem ração balanceada, exceto em casos de deficiência, doenças ou dieta baseada em alimentação natural. “No entanto, alguns nutracêuticos podem ser indicados para filhotes, adultos ou idosos, atuando como antioxidantes, anti-inflamatórios e auxiliando na resposta imunológica”, acrescenta.
Prevenindo problemas
A questão da prevenção de doenças articulares, especialmente em cães de grande porte, é um ponto de preocupação para muitos tutores. Embora suplementos à base de condroitina, glucosamina e colágeno sejam populares para o tratamento e prevenção de doenças articulares, como a displasia coxofemoral e a osteoartrite, Paloma destaca: “Os estudos são controversos em relação à eficácia destes suplementos. Contudo, manter o animal no peso ideal e fornecer nutracêuticos antioxidantes e anti-inflamatórios pode ser benéfico nestes casos”.
Atenção na administração!
O uso inadequado de suplementos também pode trazer riscos aos cães. A veterinária alerta que o uso excessivo pode levar à hipervitaminose e a outros problemas de saúde, como a eclâmpsia canina e a osteodistrofia hipertrófica. “O excesso de vitaminas e minerais costuma causar lesões a longo prazo, normalmente identificadas com exames laboratoriais e de imagem”, frisa.
Para tutores que consideram iniciar a suplementação, a profissional aconselha a realização de uma avaliação veterinária completa para determinar se há necessidade de suplementação e, se for o caso, qual seria a mais adequada para o pet. “Além disso, é essencial verificar se o suplemento possui registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para garantir sua segurança e eficácia”, alerta.
Para encerrar, a veterinária menciona as tendências atuais no uso de suplementos e vitaminas para cães. Ela observa que, para os animais que consomem ração, a tendência é uma diminuição no uso desses produtos, enquanto para aqueles que seguem uma dieta caseira, há um aumento na variedade de suplementos disponíveis. Além disso, ela destaca o potencial dos nutracêuticos, que prometem trazer ainda mais benefícios para a saúde dos pets no futuro.
Matéria – Cães & Gatos, Por Cláudia Guimarães
Imagem – Para os cães que seguem uma dieta de alimentação natural, a suplementação torna-se essencial, mas sempre sob orientação do veterinário (Foto: reprodução)