O desenvolvimento de vacinas de mRNA para a prevenção da infecção por SARS-Cov-2 tem sido um feito histórico pela rapidez de produção, além de não haver preocupações sérias identificadas com relação à segurança do seu uso nos ensaios clínicos de fase 3 em andamento. A vacinação contra o SARS-Cov-2 já começou a ocorrer em diversos países do mundo. Enquanto aguardamos o início no Brasil, vamos analisar a segurança das vacinas até o momento.
Nos ensaios clínicos, os efeitos colaterais locais, como dor, vermelhidão e inchaço ocorreram com mais frequência com as vacinas do que com o placebo. Sintomas sistêmicos como febre, fadiga, dor de cabeça e dores musculares e articulares também foram um pouco mais comuns com as vacinas do que com o placebo, e a maioria ocorreu durante as primeiras 24 a 48 horas após a vacinação.
Cabe ressaltar, que nas fases 1 a 3 dos ensaios das vacinas de mRNA Pfizer – BioNTech e Moderna, foram excluídos os participantes potenciais com histórico de reação alérgica a qualquer componente da vacina. Os estudos Pfizer – BioNTech também excluíram participantes com histórico de alergia grave associada a qualquer vacina. Reações de hipersensibilidade a eventos adversos foram igualmente representados nos grupos de placebo (solução salina normal) e de vacina em ambos os ensaios.
Agora vamos analisar uma linha temporal com o início das autorizações nos países e os efeitos colaterais que surgiram.
Após a vacinação de quase dois milhões de profissionais da saúde a incidência de anafilaxia associada ao mRNA da Pfizer SARS-CoV-2 à vacina parece ser aproximadamente 10 vezes mais alta que a incidência relatada com todas as vacinas anteriores, em aproximadamente 1 em 100.000, em comparação com 1 em 1.000.000, de incidência conhecida e estável de anafilaxia associada a outras vacinas. Atualmente, é muito cedo para saber se um sinal semelhante para anafilaxia estará associado à vacina Moderna.
Esta questão das reações anafiláticas preocupou as agências, que se manifestaram:
Segundo a bula da vacina da Pfizer, devem ser vacinadas todas as pessoas acima de 16 anos. A vacina está contraindicada nos seguintes casos:
Observações: Uma reação alérgica imediata significa uma reação dentro de quatro horas após a vacinação, incluindo sintomas como urticária, edema ou dispneia. Isso inclui reações alérgicas ao polietilenoglicol (PEG) e polissorbato. O polissorbato não é um ingrediente na vacina de mRNA Covid-19, mas está intimamente relacionado ao PEG, que está nas vacinas. Neste contexto, pessoas alérgicas a PEG ou polissorbato não devem ser vacinadas com mRNA Covid-19.
Vale ressaltar que as vacinas Pfizer e Moderna se mostraram seguras em ensaios clínicos e têm tido seus efeitos colaterais monitorados de perto por programas como o V-safe, um aplicativo de celular onde o paciente relata sintomas após a vacinação.
Após aproximadamente um mês, desde que o início da vacinação foi autorizado no mundo, com milhões de pessoas vacinadas contra o SARS-Cov-2, observou-se que a maioria dos efeitos colaterais, quando presentes, foram locais, com alguns casos isolados de reações adversas graves, principalmente em pessoas que já apresentavam história prévia de alergia. Deve-se estar atento às contraindicações ao uso da vacina e à possibilidade de anafilaxia.
Autor(a):
Residência em Clínica Médica na UFF ⦁ Graduação em Medicina pela UFF ⦁ Contato: dayquintan@hotmail.com ⦁ Instagram: @dayquintan
Referências bibliográficas:
Fonte: Pebmed