Além dos riscos convencionais enfrentados pelo segmento laboratorial e de produtos para a saúde como abusos de margens, descumprimento contratual, negativa de fornecimento, produtos de baixa qualidade e até falsificações, a pandemia do novo coronavírus trouxe também outra complicação: os novos entrantes.
O presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa, traça um panorama do mercado com o advento das oportunidades de mercado em uma pandemia.
“Em meados de março houve uma verdadeira inundação de novas empresas que não eram do setor e que enxergaram novas possibilidades. Estas empresas, muitas clandestinas, sem autorização formal para operar no setor, ofereceram, na ocasião, produtos com valores altos, exatamente por conta do desabastecimento no Brasil”, comentou o dirigente.
De acordo com Gouvêa, os produtos que desembarcavam no país eram imediatamente “leiloados”, “começaram a criar uma cadeia de intermediários que ofereciam seus produtos com sobrepreço para atender as demandas. As ofertas eram assim replicadas e muitas irreais, gerando inclusive uma falsa ilusão”.
Segundo o presidente da CBDL, a situação, no começo da pandemia, ficou sem controle. Os produtos chegavam em grandes volumes e isso causou uma grande preocupação à Anvisa.
“Por esta razão, as entidades do segmento de diagnóstico como CBDL, SBPC/ML, SBAC e Abramed se juntaram aos grandes laboratórios e criaram uma força-tarefa, o Programa de Avaliação de Kits de Coronavírus. O projeto de avaliação, inédito no país, teve como objetivo servir de referência para os mercados público e privado, além de ajudar a Anvisa a controlar a qualidade dos testes disponíveis no mercado, como ação de vigilância pós-mercado”, destacou o presidente-executivo da CBDL. Os resultados das avaliações podem ser conferidos no site: https://testecovid19.org/