Durante o Novembro Azul, mês dedicado à conscientização sobre a saúde masculina, o Instituto Paulista de Câncer (IPC) reforça a importância dos cuidados e da prevenção contra o câncer de próstata, um dos tipos de câncer mais prevalentes entre os homens. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam cerca de 70.000 novos casos de câncer de próstata no Brasil em 2024, sendo esta a segunda neoplasia mais incidente entre o público masculino, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Ainda que os tratamentos tenham avançado significativamente, o Brasil registra aproximadamente 15.000 mortes anuais causadas pela doença.
O Dr. Thiago Assunção, oncologista do IPC, destaca a relevância do diagnóstico precoce como uma das principais estratégias para aumentar as chances de cura. “A realização de exames de rastreamento, como o PSA (exame de sangue) combinado ao exame de toque retal, pode fazer diferença para muitos homens e deve ser discutida individualmente entre o paciente e o urologista. Homens devem estar atentos a sintomas como alterações no padrão de urina, presença de sangue, perda de peso sem motivo aparente ou dores persistentes, especialmente na região pélvica”, explica.
Certos grupos, como homens negros e aqueles com histórico familiar de câncer de próstata, apresentam um risco maior e precisam considerar exames regulares desde uma idade mais jovem. “Esses pacientes podem se beneficiar do aconselhamento genético, já que uma parte dos casos de câncer de próstata é de origem hereditária”, acrescenta o especialista.
A área de oncologia vem avançando de maneira significativa, trazendo novas perspectivas de tratamento para o câncer de próstata. Segundo o Dr. Thiago, “nos últimos anos, temos visto dados promissores sobre tratamentos mais intensivos, que combinam medicamentos orais, bloqueadores hormonais e quimioterapia, resultando em um aumento expressivo na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes”. Entre as inovações, o uso de inibidores de enzimas que atuam diretamente no DNA é um marco para pacientes com mutações genéticas específicas, proporcionando um impacto positivo e prolongando a vida dos pacientes.
Outro progresso significativo é o avanço da medicina nuclear, com a utilização do PET-PSMA para diagnósticos mais precisos e do Lutécio PSMA para tratamentos avançados. “Temos observado respostas surpreendentes em pacientes com câncer de próstata em estágio avançado, muitas vezes após várias linhas de tratamento. O Lutécio PSMA, recentemente incluído no rol de cobertura obrigatória pela ANS, traz uma nova esperança para os pacientes atendidos pelo sistema de saúde suplementar”, destaca o oncologista.
A evolução contínua no combate ao câncer de próstata está transformando a jornada de muitos pacientes. “Hoje, não é incomum atendermos homens com mais de 20
anos de diagnóstico que, graças a tratamentos menos tóxicos e eficazes, conseguem manter suas atividades diárias com qualidade de vida”, finaliza Dr. Thiago.