São entendidos como leucemia os cânceres que atingem as células sanguíneas da medula óssea. A doença é dividida entre aguda, de crescimento rápido, e crônica, quando demora mais para se desenvolver; e de acordo com os subtipos considerando as células prejudicadas, sendo a Leucemia Linfoide Aguda (LLA), a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), a Leucemia Linfoide Crônica (LLC) e a Leucemia Mieloide Crônica (LMC). De acordo com a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), a LLA é responsável por 75% dos cânceres entre crianças e adolescentes e pode ter alta taxa de cura, mas tende a ser mais complexa ao se manifestar em adultos, que somam apenas 20% dos quadros.
Segundo a dra. Francylia Santana, hematologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que faz parte da Dasa, na LLA ocorre a multiplicação celular desordenada entre os glóbulos brancos (principalmente os linfócitos), responsáveis pelas defesas do organismo. Estar atento aos sintomas é essencial para o diagnóstico precoce da condição, tanto em crianças quanto em adultos.
“Palidez, dores nos ossos ou nas juntas, linfonodos e baço aumentados, hematomas sem motivo, hemorragias sem motivo e cansaço que não passa devem ser avaliados por um especialista”, explica a dra. Francylia. “Quanto mais cedo a LLA for diagnosticada em qualquer idade, mais chances o paciente terá de alcançar a remissão completa, quando os exames não apresentam mais sinais da doença. Em crianças, ela pode chegar a 90%.
Casos de LLA em adultos e crianças são desencadeados por fatores diferentes
Os principais tratamentos para a LLA na infância incluem quimioterapia e transplante de medula óssea. Além disso, a doença é a principal indicação de transplante alogênico no mundo, segundo o Registro Nacional e Internacional de Transplantes. Estão disponíveis também a terapia-alvo molecular e o uso de anticorpos monoclonais biespecíficos, que estimulam o organismo do paciente a combater a doença.
Já entre os adultos, a quimioterapia de alta intensidade é um dos métodos mais usados e, em alguns casos, pode ser associada ao transplante de medula óssea. Porém, a médica alerta que o método quimioterápico mais forte pode não ser uma opção para todos os pacientes, já que dependerá de o corpo conseguir aguentar as doses, principalmente quando a doença se manifesta em idosos.
“É necessária uma avaliação criteriosa dos riscos e benefícios de cada forma de tratamento para controlar a LLA em adultos. Por isso, é indicada uma abordagem personalizada para que o desfecho seja o mais favorável possível”, finaliza.
De acordo com a dra. Francylia, a maior complexidade da leucemia linfoide aguda entre os adultos se deve à idade, fatores de risco que não tinham influência durante a infância – como exposição à radiação e infecções virais – e mutações genéticas diferentes das que ameaçavam o bem-estar na infância.