Dr. Dalmo Moreira
Recentemente, a notícia de que o técnico Tite, do Flamengo, foi diagnosticado com fibrilação atrial, chamou a atenção do público. Essa é a arritmia cardíaca mais comum, que afeta cerca de 2,5% da população brasileira, principalmente indivíduos a partir da sexta década de vida.
No caso específico do técnico Tite, a predisposição genética, idade avançada e possíveis fatores de risco, como hipertensão arterial, baixa oxigenação sanguínea em locais de elevada altitude, como a Bolívia, e o estresse decorrente da necessidade de vencer a partida, podem ter sido determinantes para o surgimento da arritmia. Vale ressaltar que atletas e ex-atletas têm hipertrofia e dilatação das câmaras cardíacas, além de frequência cardíaca mais baixa do que a média da população geral, em decorrência do treinamento físico intenso. Por essas razões esses indivíduos costumam ter um risco maior de desenvolverem arritmias cardíacas.
Embora a fibrilação atrial seja mais comum em indivíduos acima dos 60 anos, qualquer pessoa com doenças como diabetes, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca associada à essa arritmia, está sob maior risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) ou até de morrer se não se submeter a um tratamento adequado.
Essa situação serve como um importante alerta sobre a necessidade de monitorar a saúde cardíaca, especialmente em pessoas que enfrentam altos níveis de estresse físico e emocional, como atletas e técnicos de futebol. Além disso, a conscientização sobre os fatores de risco e os sintomas dessa condição é fundamental para garantir uma intervenção precoce e eficaz, promovendo uma melhor qualidade de vida para quem é afetado.
É importante destacar que a prática regular de atividades físicas saudáveis deve ser sempre incentivada. O exercício físico é uma das principais formas de prevenção da fibrilação atrial e de outras condições cardíacas, e não deve ser evitado por medo dessa arritmia.
Conteúdo escrito por Dr. Dalmo Antônio R. Moreira Cardiologista da Quoretech