Dados da quinta fase do SoroEpi MSP, inquéritos de base populacional para monitorar a prevalência da infecção por SARS-CoV-2 no município de SP, mostram que soroprevalência entre pessoas de 18 a 34 anos aumentou de 24,7% para 33%; pesquisa foi realizada antes do início da vacinação
A cidade de São Paulo tem, no mínimo, 2,5 milhões de pessoas que já foram infectadas pelo novo coronavírus – ou 29,9% da população adulta moradora da capital paulista. É o que estima a quinta fase do SoroEpi MSP – Inquéritos soroepidemiológicos seriados para monitorar a prevalência da infecção por SARS-CoV-2 no Município de São Paulo. Em comparação com a fase anterior, a pesquisa apontou aumento de 3,7 pontos percentuais na soroprevalência passando de 26,2% para 29,9%. Entre a quarta e quinta fase, ocorridas em outubro de 2020 e janeiro de 2021, respectivamente, o estudo indica que 300 mil adultos foram infectados.
Nesta fase, a soroprevalência, isto é, a frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus, mostrou um aumento significativo entre as pessoas mais jovens. Na faixa etária de 18 a 34 anos, a taxa de prevalência passou de 24,7% na fase anterior para 33% nesta atual. Esse crescimento fez com que a prevalência neste grupo ficasse 1,7 vezes maior do que entre aqueles com mais de 60 anos (33% contra 19,9%).
Ainda que as diferenças entre nível de escolaridade, raça/cor da pele e renda familiar tenham diminuído em relação à quarta fase, os dados da pesquisa mostram que estes fatores continuam estatisticamente relacionados com a taxa de prevalência. Em distritos mais ricos, por exemplo, a soroprevalência é menor (22,8%) do que a estimada para o total do município (29,9%), mas em contrapartida, nos distritos mais pobres do município, esse índice atinge 36,4%.
Na avaliação por grau de escolaridade, pessoas com até o ensino fundamental apresentam uma soroprevalência 1,7 vezes maior que indivíduos com nível superior completo (33,8% contra 19,6%). Situação semelhante ocorre em relação à raça/cor de pele: a soroprevalência é 1,6 vezes maior entre pessoas que se autodeclararam pretas e pardas quando comparadas às brancas (37,8% contra 23,2%).
A quinta fase da pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 23 de janeiro de 2021 (42 semanas após o primeiro caso registrado na cidade), ou seja, antes do início da campanha de vacinação na capital paulista. Nesta etapa, foram analisadas 1.194 amostras de sangue dos participantes em 149 setores censitários. Foram sorteadas 8 residências em cada setor censitário.
O projeto
O SoroEpi MSP é um projeto colaborativo interinstitucional entre cientistas, médicos e profissionais renomados com o apoio do Grupo Fleury, IBOPE Inteligência, Instituto Semeia e Todos pela Saúde.
Os inquéritos de base populacional reúnem amostras de pessoas selecionadas aleatoriamente de maneira a representar o que ocorre na população em geral do município O projeto tem como objetivo subsidiar a formulação de políticas públicas de prevenção e controle da pandemia da COVID-19, oferecendo informações sobre o percentual de pessoas já infectadas que produziram anticorpos detectáveis que poderão estar, pelo menos em parte, protegidas contra o novo coronavírus. Estas informações são importantes para que as autoridades de saúde possam tomar decisões com base em evidências científicas acerca das ações de prevenção e controle desta infecção na capital paulista.
O estudo consiste em aplicar testes laboratoriais em amostras de sangue de uma parcela representativa dos adultos residentes na capital para identificar o percentual daqueles que foram expostos ao vírus e produziram anticorpos específicos para o SARS-CoV-2.
Esta quinta etapa integra uma série de seis fases iniciadas no mês de maio de 2020. Cada uma terá seus resultados divulgados, assim como ocorreu no projeto-piloto, na segunda, terceira, quarta e nesta quinta fase, realizadas em maio, junho, julho, outubro de 2020 e janeiro de 2021, respectivamente.
Quarta fase
A quarta etapa do SoroEpi MSP apontou que 2,2 milhões de pessoas, ou 26,2% da população com 18 anos ou mais, foram infectadas pelo novo coronavírus na capital paulista. E assim como os resultados da terceira fase, os dados desta etapa continuaram mostrando que a taxa de prevalência está estatisticamente relacionada a nível de escolaridade, raça/cor da pele e renda média do distrito. Para se ter uma ideia, a soroprevalência, isto é, a frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus em pessoas que vivem nos distritos classificados como de renda média mais baixa é de 30,4% versus 21,6% naqueles indivíduos que pertencem ao estrato de renda média mais alta.
Pessoas com ensino fundamental apresentam soroprevalência 2,2 vezes maior do que aqueles com nível superior completo (35,8% contra 16,0%). Em termos práticos, no grupo de pessoas com escolaridade mais baixa, um indivíduo em cada três já teve contato com o vírus e produziu anticorpos; enquanto para aqueles com grau de escolaridade médio, essa relação é de um em cada quatro; e com escolaridade alta, a relação entre infectados e não infectados é de um indivíduo para cada seis. Situação semelhante ocorre com relação à raça/cor da pele: a frequência de pessoas com anticorpos contra o novo coronavírus é maior entre pretos e pardos em comparação com pessoas brancas (31,6% contra 20,9%).
A quarta fase da pesquisa foi realizada entre os dias 1 e 10 de outubro de 2020 (28 semanas após o primeiro caso registrado na cidade). Nesta etapa, foram analisadas 1.129 amostras de sangue de participantes residentes em 152 setores censitários. Foram sorteadas 8 residências em cada setor censitário.
Os resultados das etapas anteriores e outras informações sobre o projeto SoroEpi MSP podem ser encontradas no site, nas versões português e inglês, acessando: https://www.monitoramentocovid19.org/.
Apoiadores:
Sobre o Grupo Fleury
Com mais de 90 anos, o Grupo Fleury é uma das mais respeitadas organizações de medicina e saúde do Brasil, reconhecido pela comunidade médica e opinião pública pela excelência técnica, médica, em atendimento e em gestão. Com mais de 10 mil colaboradores e cerca de 2,5 mil médicos, a empresa conta com cerca de 250 unidades de atendimento das marcas Fleury Medicina e Saúde, a+ Medicina Diagnóstica, Weinmann Laboratório, Serdil, Clínica Felippe Mattoso, Labs a+, Lafe, Diagnoson a+, Diagmax, Instituto de Radiologia de Natal, CPC e Inlab. Além de medicina diagnóstica, operações diagnósticas em hospitais e de laboratório de referência, o Grupo Fleury tem avançado fortemente em medicina personalizada e de precisão, por meio do seu braço de negócios de Fleury Genômica (www.fleurygenomica.com.br) e em saúde corporativa e atenção primária, atua com a marca SantéCorp. Também, recentemente foi lançada a plataforma Saúde iD, que surge para integrar produtos e serviços de saúde em um único lugar, permitindo que o indivíduo tenha, pela primeira vez, todas as suas informações de saúde reunidas num único lugar (https://www.saudeid.com.br/). Site do Grupo Fleury: www.grupofleury.com.br
Sobre o IBOPE Inteligência
Há 78 anos estuda o comportamento das pessoas e de todas as suas relações: familiar, social, política, de consumo e de utilização de serviços. Especialista em soluções de pesquisa de opinião e mercado, off e online, quantitativas e qualitativas, geonegócios, inovação, data mining e ferramentas de análise e integração de dados. Site: www.ibopeinteligencia.com
Sobre o Instituto Semeia
Criado em 2011, o Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para os brasileiros. Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar e qualidade de vida. São pilares de sua atuação: a geração e sistematização de conhecimento sobre a gestão de unidades de conservação; o compartilhamento de informações por meio de publicações e eventos; a implementação e o acompanhamento de projetos com governos de todos os níveis, como forma de testar e consolidar modelos eficientes e que possam ser replicados no país. Site: www.semeia.org.br
Sobre o Todos pela Saúde
Lançado em 13 de abril deste ano, o Todos Pela Saúde teve um aporte inicial de R$ 1 bilhão, realizado pelo Itaú Unibanco. Com recursos administrados por um grupo de especialistas da área da saúde e ações estratégicas baseadas em premissas técnicas e científicas, a iniciativa se guia por quatro pilares de atuação: informar, proteger, cuidar e retornar. O Todos pela Saúde é liderado por Paulo Chapchap, diretor-geral do Hospital Sírio Libanês, e conta também com a participação de Drauzio Varella, médico, cientista e escritor; Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa; Maurício Ceschin, ex-diretor presidente da Agência Nacional de Saúde; Eugênio Vilaça Mendes, consultor do Conselho dos Secretários de Saúde; Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein; e Pedro Barbosa, presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná, instituição ligada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Site: https://www.todospelasaude.org/
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