Um estudo capitaneado pelo cirurgião Bucomaxilofacial Marcelo Galindo Silvares trouxe um relato interessante de um caso pós-cirúrgico de um paciente com apenas 16 anos, que teve logo após um diagnóstico de desordem de coagulação.
Segundo relata o médico e seus parceiros no estudo, esse é um relato de um caso de episódios de sangramento após remoção de dentes inclusos em paciente com distúrbio de coagulação não diagnosticado previamente, descrevendo uma sequência de condutas para hemostasia até o diagnóstico apropriado e resolução efetiva.
“O paciente de 16 anos estava com indicação de remoção de 8 dentes inclusos. Após a cirurgia, houve episódios de sangramento, sendo necessária sua internação para integridade das funções orgânicas básicas, realização de exames laboratoriais, controle hemodinâmico e tentativa de obtenção de hemostasia por meio de antifibrinolíticos e hemoderivados. Após 24 horas de internação, 11% do fator IX de coagulação foi verificado na corrente sanguínea por meio de exame específico, sendo o paciente diagnosticado com Hemofilia B de caráter leve”, cita o estudo.
Após o diagnóstico, também conforme a publicação, infusões do fator deficiente foram realizadas para resolutividade adequada e recuperação do paciente. As condutas realizadas foram eficientes para manutenção dos sinais vitais até a hemostasia obtida após diagnóstico adequado.
“No entanto, as condutas preventivas devem ser aplicadas em pacientes hemofílicos no pré- ou trans-operatórios, evitando circunstâncias que podem comprometer o estado de saúde do paciente”, diz outro trecho do estudo.
Galindo explica que como está dito no estudo, o não diagnóstico desse problema pode ser um fator negativo na recuperação de pacientes após cirurgias odontológicas.
Para ele, em uma condição clínica ideal, atitudes de prevenção devem ser realizadas em pacientes hemofílicos para evitar circunstâncias que possam prejudicar a integridade do paciente.
“Nosso relato de caso mostrou pré-operatório adequado com anamnese, exames clínicos e complementares, que não foram suficientes para prevenir complicações no pós-operatório. No entanto, todas as condutas clínicas foram eficazes para superar o sangramento e manter o estado de saúde do paciente”, finalizou.
Sobre Marcelo Galindo
Marcelo Galindo Silvares é um Cirurgião Bucomaxilofacial graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Fluminense (UFF), com Residência Médica no Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial e Fellowship em cirurgia Ortognatica pela Universidade de Oklahoma-EUA. Hoje tem atuação mais forte no Rio de Janeiro e em Niterói/RJ.