O Brasil é o sexto país com a maior incidência da doença, com mais de 15,7 milhões de pessoas diagnosticadas – e a previsão é de que, em 2045, esse número ultrapasse os 23 milhões de pacientes. Além disso, é o 3º país do mundo que mais gasta com diabetes, atrás de China e Estados Unidos, segundo o Atlas do Diabetes. Uma análise dos gastos com internações pela doença no Brasil, entre de 2011 a 2019, mostrou que o valor foi superior a US$ 420 mil, e com tendência de crescimento no período.
Um estudo publicado em setembro de 2024 no Diabetes Journal, da ADA (American Diabetes Association), investigou os benefícios do sensor de monitoramento contínuo de glicose em comparação com o monitoramento de glicose no sangue tradicional, feito com o teste de ponta de dedo. Os resultados indicaram melhoria no controle glicêmico, com redução de 0,24% na hemoglobina glicada (HbA1c) após 24 meses e diminuição de 68% nas hospitalizações (https://doi.org/10.2337/dc24-0690).
Por esse e outros motivos, a Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda que o sistema de monitorização contínua de glicose seja disponibilizado, por meio de política pública, para os pacientes com DM1 e histórico de hipoglicemias graves ou noturnas repetidas e para os pacientes com DM2 tratados com insulina e histórico de hipoglicemias graves ou noturnas repetidas.
Os resultados indicaram melhoria no controle glicêmico, com redução de 0,24% na hemoglobina glicada (HbA1c) após 24 meses, mantendo-se sustentada por, pelo menos, dois anos.
Além disso, observou-se uma diminuição nas hospitalizações por:
- Eventos Agudos de Diabetes: Hipoglicemia (-68%) e Cetoacidose Diabética (-45%)
- Complicações Cardiovasculares: AVC (-52%), Infarto Agudo do Miocárdio (-36%), Fibrilação Atrial (-41%), Insuficiência Cardíaca (-75%), Doença Vascular Periférica (-79%)
- Doença Renal: -52%
- Hospitalizações Totais: -68%
A conclusão é que, ao fornecer informações mais precisas e contínuas sobre os níveis de glicose, o sensor de monitoramento contínuo de glicose permite que pessoas com diabetes e seus médicos façam ajustes mais precisos no tratamento, reduzindo o risco de eventos adversos e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
O estudo foi realizado na Suécia com 11.822 adultos com diabetes tipo 1 que iniciaram o uso do monitoramento contínuo de glicose e 3.007 usuários de glicemia capilar (ponta de dedo), comparando informações de 2017 a 2022.
Como funciona o Sensor de Monitoramento Contínuo de Glicose?
Um pequeno sensor é inserido sob a pele, na parte posterior do braço, e mede continuamente os níveis de glicose no fluido intersticial, que está em constante troca com o sangue. Os dados são transmitidos para o smartphone via Bluetooth e em tempo real, oferecendo ao usuário um gráfico visual das glicemias ao longo do tempo.
Com uma visão mais completa dos níveis de glicose, as pessoas com diabetes podem ajustar com mais precisão a dose de insulina, a dieta e a atividade física, alcançando um controle glicêmico mais próximo do ideal.
O sistema FreeStyle Libre foi o primeiro a ser lançado no Brasil e é utilizado por mais de 6 milhões de pessoas em mais de 60 países. O sensor FreeStyle Libre 2 Plus oferece leituras de glicose enviadas automaticamente para o smartphone, minuto a minuto, e possui alarmes opcionais para níveis de glicose baixos ou altos, sem necessidade de escanear. Pais e cuidadores também podem receber avisos automáticos das leituras por meio do aplicativo LibreLinkUp, proporcionando mais tranquilidade. Pode ser usado por pacientes com dois anos ou mais.