COVID-19 é uma doença altamente contagiosa provocada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Em 2020, devido ao surto, foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como pandemia. A infecção causada pelo novo coronavírus tem alta mortalidade em uma pequena parcela da população infectada, especialmente em indivíduos idosos, imunodeprimidos, diabéticos, cardiopatas e hipertensos. Muitos infectados são assintomáticos (e podem ser portadores) ou apresentam sintomas leves a moderados, semelhantes ao estado gripal. O quadro clínico da COVID-19 na forma mais severa é caracterizado por uma tempestade inflamatória de citocinas, com alterações hematológicas e da coagulação que podem levar ao dano tecidual e morte. Exames laboratoriais inespecíficos podem apresentar-se mais elevados ou diminuídos conforme o curso da doença, e muitas vezes são úteis na predição de complicações, como o uso do D-dímero e a razão plaqueta/linfócitos. O diagnóstico laboratorial específico se baseia na detecção do ácido ribonucleico (RNA) viral por reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) de amostras de suabe nasal e orofaríngeo; é mais efetivo nos primeiros dias após o início dos sintomas. Testes sorológicos são úteis na detecção da resposta imune, pois tanto os anticorpos da imunoglobulina da classe M (IgM) quanto da classe G (IgG) podem ser detectados após sete dias do início dos sintomas clínicos, podendo se estender por mais de 25 dias, embora não isente o indivíduo de continuar infectante, dependendo de sua carga viral e apresentação clínica. O uso racional dos marcadores laboratoriais específicos deve respeitar a cronologia da doença, e a interpretação correta pode fornecer subsídios para um melhor manejo dos pacientes acometidos, bem como identificar portadores assintomáticos ou com pouco sintomas.
Palavras-chave: infecções por coronavirus; vírus da SARS; testes imunológicos; reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa; biomarcadores; patologia clínica.
Os CoVs podem ser divididos em três grupos de acordo com critérios genéticos e antigênicos: α-CoVs, ß-CoVs e γ-CoVs. Os CoVs infectam principalmente aves e mamíferos; α- e ß-CoVs também são capazes de infectar mamíferos e, portanto, podem causar infecção em humanos(5). A infecção afeta principalmente o trato respiratório superior, semelhante a um resfriado simples, mas pode comprometer o trato respiratório inferior, causando a síndrome respiratória aguda grave (SRAG)(5).
Outras espécies de CoVs causam doenças respiratórias leves em humanos (HCoV.HKV1, HCoV-OC43, HCoV-NL63 e HCoV-229E)(4, 6). Sabe-se que seis CoVs infectam seres humanos, mas dois deles são capazes de causar SRAG com pior prognóstico: SARS-CoV e síndrome respiratória do Oriente Médio por coronavírus (MERS-CoV), que levaram a surtos na China e no Oriente Médio, respectivamente(4, 7).
Alguns CoVs foram originalmente descobertos como causa de infecções enzoóticas limitadas apenas em animais, mas progrediram para estabelecer a doença zoonótica em humanos. Devido à semelhança de 96,2% do RNA com o CoVs que infecta morcegos-ferradura chineses (Rhinolophus sp.), acredita-se que esse mamífero seja o hospedeiro de origem do novo CoVs, além de ter similaridade de 79,5% com o código genético do SARS-CoV e exercer o mesmo mecanismo molecular de infecção observado no COVID-19 humano, que envolve a ligação da enzima conversora da angiotensina 2 (ACE-2), atuando como um receptor celular para o vírus(5, 7).
Os primeiros relatos de SRAG ocorreram em novembro de 2002, no sul da China – província de Guangdong – mas apenas em fevereiro do ano seguinte foram registrados 305 casos, com cinco mortes por pneumonia ainda desconhecida. A doença se espalhou principalmente entre os profissionais de saúde, que a disseminaram em suas casas, e o Ministério da Saúde da China informou que se tratava de um surto de pneumonia desconhecida e atípica. Países como Vietnã, Hong Kong, Cingapura e Canadá também foram afetados por essa síndrome. Devido à sua disseminação, vários países e laboratórios se reuniram para uma colaboração multicêntrica em pesquisa, buscando o agente etiológico da infecção e realizando exames laboratoriais para sua identificação(8).
Os Centros de Controle de Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da América (EUA) e Hong Kong, em março de 2003, isolaram esse CoVs de pacientes com SRAG. Eles observaram que esse novo vírus era filogeneticamente diferente dos outros organismos do grupo causador de doenças em humanos. Em abril de 2003, a OMS propôs a implementação de um sistema global de vigilância para impedir a disseminação internacional. Os testes utilizados para identificar esse novo agente causador da doença incluíam estudos de reação em cadeia da polimerase (PCR), cultura de células e microscopia eletrônica. Após a descrição desse vírus, ele foi denominado de novo CoVs, ou seja, SARS-CoV, o qual causa a SRAG(9).
Em dezembro de 2019 e janeiro de 2020, ocorreram casos de pneumonia atípica (COVID-19) em Wuhan, na China(10). Nos pacientes afetados, a reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) do lavado broncoalveolar foi negativa para SARS-CoV. No entanto, o vírus encontrado nessas amostras foi submetido a análises filogenéticas e de recombinação, que revelaram uma semelhança de 99,9% com a família Coronaviruses(11); nessa família, o ß-Coronaviruses do subgênero Sarbecoviruses, no grupo de CoVs semelhante à SARS (SL-CoVs), tem como reservatório o morcego-ferradura (Rhinolophus sp.)(12).
Acredita-se que os primeiros casos de COVID-19 tenham sido associados a um mercado de frutos do mar em Wuhan, onde pacientes contaminados costumavam consumir alimentos. Supõe-se que o mecanismo de infecção tenha passado de animal para humano. No entanto, o surgimento de outros casos foi decorrente de interações humanas(2), e essa transmissão pode ocorrer antes do início dos sintomas da doença por indivíduos assintomáticos(13).
É crucial notar que o risco de infecção sintomática aumenta com a idade; assim, indivíduos jovens e crianças podem ser portadores assintomáticos(14). Isso reforça a importância do autoisolamento e medidas de higiene, mesmo na ausência de manifestações clínicas. A transmissão de partículas virais entre indivíduos está relacionada com a carga viral no trato respiratório superior(15) e pode ocorrer por meio de gotículas de tosse, espirros e saliva, aperto de mão, fômites ou objetos pessoais, como telefones celulares, maçanetas, xícaras e chaves, com subsequente contato com as mucosas(12, 16, 17).
Alguns estudos demonstram que a viabilidade viral temporal difere em diferentes materiais, como plástico e metal. As partículas virais podem permanecer viáveis por algumas horas a nove dias, e a viabilidade viral depende não apenas do tipo de material, mas também de fatores físico-químicos, como temperatura e pH. Portanto, a desinfecção com hipoclorito de sódio a 0,1% ou álcool a 70% (62%-91%) reduz consideravelmente o número de partículas virais infectantes nessas superfícies(17, 18).
O tempo de incubação após o contágio pode variar de dois a 14 dias(10). Os primeiros pacientes relataram sintomas prodrômicos comuns de infecção, como febre, tosse, fadiga e mialgias. Estes podem ser acompanhados por secreções respiratórias, dor de cabeça, hemoptise e diarreia, e as complicações da infecção podem levar a SRAG e lesão cardíaca ou renal, infecção secundária e choque(19). A mortalidade é significativa em idosos, principalmente acima dos 80 anos(20, 21). As taxas de mortalidade estão relacionadas com casos críticos e presença de comorbidades, como cardiopatias, hipertensão, diabetes, doenças respiratórias crônicas e neoplasias(20, 22).
Após a detecção desse novo agente etiológico, chamado COVID-19/2019nCoV, o número de indivíduos contaminados na China cresceu exponencialmente, tomando grande proporção em outros países. A doença foi considerada pela OMS como pandemia em março de 2020. Mais de quatro milhões de casos e mais de 283 mil mortes relacionadas foram relatadas em todo o mundo a partir de 13 de maio de 2020(16, 23, 24). No Brasil, o primeiro caso foi confirmado na cidade de São Paulo, em 26 de fevereiro de 2020, e a doença se espalhou por todo o país, atingindo mais de 177 mil casos notificados e 12 mil mortes relacionadas em 12 de maio de 2020. Em 26 de março de 2020, foi declarada transmissão comunitária em todo o território nacional(16, 23-25). A taxa de transmissão cresceu diariamente de forma exponencial.
Com base nos padrões de transmissão observados na China, após a descoberta da COVID-19, foram propostos modelos epidemiológicos dinâmicos(26-28). Segundo a OMS, o número de infecções secundárias geradas por um indivíduo afetado situa-se entre 2% e 2,5 % na COVID-19, e a taxa bruta de mortalidade no mundo ficou em torno de 3%-4% (abril de 2020), chegando a 6,3% (maio de 2020), e está relacionada com a qualidade de acesso aos cuidados de saúde(25, 29).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A infecção com SARS-CoV-2 pode se apresentar clinicamente em uma destas três principais condições: portadores assintomáticos, indivíduos com doença respiratória aguda (DRA) ou pacientes com pneumonia em diferentes graus de gravidade(30).
Nos maiores epicentros da doença, os primeiros casos surgiram em indivíduos assintomáticos com diagnóstico laboratorial confirmado, mas essa triagem de assintomáticos por meio de testes moleculares mostrou-se complexa, uma vez que a conduta em casos suspeitos varia em diferentes países. Esse desafio se torna ainda mais considerável na observação de casos pediátricos, que contribuem para grande parte dos portadores assintomáticos, exigindo maior atenção para evitar a transmissão(23, 31). No entanto, os sintomas são mais evidentes em pacientes com testes moleculares positivos e com manifestações respiratórias e exames de imagem compatíveis com o diagnóstico de pneumonia. Os registros clínicos dos pacientes no início da infecção indicam que os sintomas mais comuns são febre, tosse, mialgia e fadiga, e também podem ser acompanhados por secreção respiratória, dor de cabeça, hemoptise e diarreia(16, 19, 23).
Alguns sintomas iniciais se assemelham aos de outras infecções respiratórias virais, como Norovirose e Influenza. Dispneia e febre alta são sintomas que definem a principal diferença clínica entre a COVID-19 e o resfriado comum, que é acompanhado de congestão nasal, lacrimejamento, espirros e coriza, inicialmente hialina, mas que ao longo dos dias se torna amarelo-esverdeada. Por outro lado, quando comparada com a infecção por Influenza, a COVID-19 apresenta sintomas clínicos semelhantes, mas com maior proporção de evoluções para infecções graves e críticas, exigindo oxigenoterapia e suporte ventilatório(32, 33).
Diferentes estudos mostram que cerca de 86% dos pacientes não apresentam gravidade da doença; apenas 14% necessitam de oxigenoterapia em uma unidade hospitalar e menos de 5% desse grupo necessitam de terapia intensiva(34). Lu et al. (2020)(35) realizaram uma metanálise que envolvia a apresentação clínica de pacientes de diferentes estudos. Os principais sintomas foram: febre (88,3%); tosse (68,6%); mialgia ou fadiga (35,8%); expectoração (23,2%); dispneia (21,9%); cefaleia ou tontura (12,1%); diarreia (4,8%) e vômitos ou náuseas (3,9%).
A maioria dos pacientes progride com um bom prognóstico. É essencial destacar que em idosos ou indivíduos com comorbidades anteriores, como diabetes, doenças cardiovasculares e renais, a COVID-19 pode progredir de forma mais agressiva, com pneumonia e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) além de disfunção cardíaca, hepática e renal(5, 36).
Pacientes com sinais e sintomas como febre alta, taquipneia e dispneia, além de indicações clínicas da gravidade exigem maior atenção da equipe médica(23). A progressão dos primeiros sintomas de COVID-19 para sepse é lenta, e o envolvimento extrapulmonar é caracterizado principalmente por insuficiência cardíaca refratária e danos nos rins, levando cerca de 25% desses pacientes críticos à terapia renal substitutiva(28, 37). A acentuada evolução para sepse e choque séptico também é citada na literatura e pode atingir uma taxa de incidência superior a 50% em pacientes críticos, como descrito por Zhou et al. (2020)(38), demonstrando a capacidade intrínseca da SARS-CoV-2 de levar à sepse, principalmente quando agravada por infecções secundárias.
Portanto, o uso de ferramentas de triagem, como a avaliação sequencial de falências de órgãos (SOFA), auxilia no diagnóstico e na administração precoces da condição do paciente na admissão hospitalar, favorecendo a melhoria dos resultados clínicos(38, 39). Em estudo anterior, o escore SOFA no primeiro dia de hospitalização dos indivíduos que não sobreviveram foi, em média, seis pontos (variação de 4 a 8), enquanto os pacientes que sobreviveram apresentaram média de quatro (variação de 3 a 4). Isso evidencia o potencial preditivo de mortalidade de critérios clínicos e laboratoriais inespecíficos, porém altamente presuntivos, que compõem esse índice(28).
Embora menos descrita nos casos relatados, a presença de hiposmia/anosmia e hipogeusia/ageusia em pacientes sem rinorreia ou congestão nasal vem ganhando destaque, o que aumenta a possibilidade de comprometimento neurológico direto pela SARS-CoV-2, embora sejam necessários mais estudos para tal afirmação(40).
A frequência estimada dos sintomas e a evolução da COVID-19 na população em geral é ilustrada na Figura 1.

FIGURA 1 – Sintomas e evolução da COVID-19
Fonte: baseado em Guan WJ, et al., 2020(41); adaptado de DASA, 2020(42).
UTI: unidades de terapia intensiva.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL – EXAMES INESPECÍFICOS E ESPECÍFICOS
O laboratório clínico é uma ferramenta importante e essencial para o diagnóstico, o acompanhamento e a evolução, bem como para o prognóstico de qualquer patologia ativa ou não. Na pandemia de COVID-19, foi relatado o envolvimento de vários biomarcadores como indicadores do estado atual da doença, enquanto outros provaram ser marcadores prognósticos úteis. Achados laboratoriais gerais na infecção por SARS-CoV-2 indicam, geralmente, leucocitose ou leucopenia, com linfopenia acentuada nos estágios iniciais da doença, além de presença de neutrofilia, que tem sido relacionada com um prognóstico desfavorável(26, 41, 43).
As alterações laboratoriais mais frequentes em pacientes com COVID-19 são aumento de 75%-93% da proteína C reativa (PCR) com diminuição da albumina sérica em 50%-98% e contagem total de leucócitos com considerável variação, conforme relatos na literatura, por vezes aparecendo alta ou diminuída, mas com evidente presença de linfopenia (35%-75%). Há também diminuição da hemoglobina de cerca de 41% a 50% e aumento da taxa de sedimentação de eritrócitos (VHS) em 15%-85%, alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) de cerca de 8%-37% e lactato desidrogenase (LDH) em aproximadamente 12%(44).
Os valores dos biomarcadores relacionados com infecção, incluindo PCR, procalcitonina (PCT) e VHS, aumentam gradualmente à medida que o estado clínico se deteriora, além de dímero-D, creatina quinase (CK), fração MB da creatina quinase (CK-MB), LDH, ALT, AST, ureia, creatinina, troponina cardíaca e proteína amiloide sérica A (SAA)(11, 44-48).
Por fazer parte da cascata inflamatória envolvida na patogênese da COVID-19, a interleucina-6 sérica (IL-6) também aumenta de acordo com a progressão da SARS(49). Na primeira semana, a doença pode evoluir para pneumonia, doença respiratória e até morte. Essa progressão está associada ao aumento extremo de citocinas inflamatórias, incluindo interleucinas 2 (IL-2), 7 (IL-7) e 10 (IL-10), respectivamente, fator estimulador de colônias granulocitárias (GCSF), proteína induzida por interferon gama de 10 KDa (IP-10), proteína quimiotática de monócitos (MCP-1), proteína inflamatória de macrófago-1α (MIP-1α) e fator de crescimento transformante alfa (TGFα)(50). Nas unidades de terapia intensiva (UTI), os pacientes apresentam altos níveis plasmáticos dessas citocinas (IL-2, IL-7, IL-10, GCSF, IP-10, MIP-1α e TGFα)(5). As características laboratoriais da COVID-19 em pacientes de UTI incluem linfopenia com depleção de linfócitos CD4 e CD8, tempo prolongado de protrombina (PT), LDH, dímero-D, PCR, transaminases e aumento de citocinas – esses aumentos são maiores do que os encontrados em pacientes não internados em UTI. As anormalidades laboratoriais foram semelhantes às observadas anteriormente em indivíduos com infecção por SARS-CoV e MERS-CoV(47).
Outro marcador sistêmico proposto é a relação plaquetas/linfócitos (RPL), cujo valor prognóstico foi associado ao tempo de internação hospitalar e aos resultados dos casos(51). Em casos graves, a redução da pressão parcial de oxigênio (PaO2) e da relação [PaO2/fração inspirada de oxigênio (FiO2)] também foi observada(47, 48). Além disso, um parâmetro inovador chamado amplitude de distribuição de monócitos (MDW) aumentou significativamente em todos os pacientes com COVID-19, especialmente naqueles em piores condições clínicas. Para fins prognósticos, observa-se que os valores de LDH, AST, ALT, bilirrubina total, creatinina, troponina cardíaca, dímero-D, PT, PCT e PCR aumentam enquanto a albumina sérica diminui(44). A quantificação da PCT sérica com titulações seriadas tem sido usada para indicar coinfecção bacteriana em pacientes com COVID-19. A coinfecção leva a uma maior gravidade da condição do paciente, e a concentração de PCT pode indicar as opções terapêuticas mais apropriadas desde o início do quadro, mas são necessários mais estudos para apoiar essa abordagem(52, 53).
Vários artigos propuseram possíveis correlações entre os achados laboratoriais e a potencial gravidade da COVID-19, como a relação entre hipoalbuminemia, linfopenia, altos níveis de PCR, dímero-D, LDH e maior ocorrência de SRAG, assim como uma carga viral maior associada à gravidade da doença; mas essas informações e correlações não são uniformes, o que exige evidências ainda mais significativas para seu uso clínico(5, 35, 37, 38).
O teste de detecção de ácido nucleico viral é a principal técnica para diagnóstico laboratorial e é essencial no contexto atual da pandemia pelo novo CoVs. A RT-PCT é considerada padrão-ouro para identificação viral em pacientes com sintomas clínicos na fase aguda da doença, fazendo parte de diferentes protocolos de triagem em casos suspeitos(3, 54-56). Esse método se baseia na amplificação de ácidos nucleicos, e as amostras para essa análise são provenientes, principalmente, de suabes nasais e orofaríngeos, ou escarro, secreção traqueal e lavagem broncoalveolar em pacientes críticos(3). No entanto, a implementação do protocolo da RT-PCR requer uma estrutura tecnológica aprimorada e adequada para sua execução, além de fatores interferentes pré-analíticos, como coleta, transporte e armazenamento de amostras, que, quando executados de forma inadequada, podem resultar em erros nas análises laboratoriais(3, 54, 56).
Em relação aos exames laboratoriais para avaliação de casos suspeitos com probabilidade de infecção ou detecção epidemiológica de indivíduos que tiveram contato com algum caso confirmado de COVID-19, a RT-PCR deve ser utilizada, mesmo em indivíduos que sejam assintomáticos ou oligossintomáticos. Quando os resultados são conflitantes, uma nova amostra deve ser coletada e, a partir desse material, o sequenciamento do RNA viral deve ser realizado, ou a amplificação do material genético, utilizando o teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT), para proporcionar um resultado confiável(3, 56).
O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que a técnica de RT-PCR seja realizada entre o terceiro e o nono dia após o início dos sintomas, pois, nessa fase, é possível encontrar maior carga viral. Entretanto, a coleta de amostras pode ser aceitável se realizada até o décimo dia. Estudos mostram que após o sétimo dia, a positividade da RT-PCR começa a cair, chegando a 45% entre os dias 15 e 39 após o início dos sintomas (Figura 2). Devido à alta sensibilidade e especificidade dessa técnica, resultados positivos confirmam a infecção na presença epidemiológica da pandemia. Investigações complementares adicionais e resultados laboratoriais positivos na presença de sinais e sintomas não são necessários. Resultados falso-negativos são possíveis devido a vários fatores, como coleta de amostras em um estágio muito inicial, coleta, armazenamento ou transporte inadequado de amostras, além de razões inerentes ao teste, como mutações virais ou presença de fatores inibitórios para o método de PCR(57-59).

FIGURA 2 – Evolução clínica e laboratorial da COVID-19
Fonte: adaptado de Sethuraman N, et al., 2020(61).
RT-PCR: reação em cadeia da polimerase em tempo real; IgM: imunoglobulina classe M;
IgG: imunoglobulina classe G; Ag: antígeno.
Os testes imunológicos ainda estão em desenvolvimento e validação para permitir sua inserção como ferramenta diagnóstica confiável e mais fácil de usar dinamicamente conforme a pandemia prossegue. Fatores individuais em relação à resposta imunológica dependem do paciente e das características do antígeno utilizado, e o aumento de anticorpos pode ser precoce ou tardio, dependendo do paciente (Figura 2). A literatura científica discute que a resposta imune ao novo CoV ainda é bastante limitada. Os relatos indicam que os anticorpos de imunoglobulina da classe A (IgA) e classe M (IgM) têm uma detecção sorológica média por volta do sétimo dia após o início dos sintomas, seguido por um aumento nos níveis de imunoglobulina da classe G (IgG), simultaneamente. O valor preditivo negativo desses testes é baixo quando realizado na fase aguda da infecção, o que significa que os resultados negativos não descartam a doença; portanto, esses indivíduos podem estar infectados, sendo fonte de contaminação para outras pessoas. Em relação aos resultados positivos dos testes, eles apresentam altos valores preditivos(3, 16, 54, 57-59).
Vários estudos indicaram o papel e as características da análise sorológica na infecção por SARS-CoV-2. Segundo alguns autores, a produção de IgM e IgA contra a proteína antigênica S (proteína presente na espícula viral) e N (proteína estrutural do nucleocapsídeo helicoidal) ocorre em média sete dias após o início dos sintomas e, logo após, a IgG pode ser detectada quase simultaneamente à IgM, mas não há necessariamente uma diminuição na carga viral. Esses indivíduos ainda podem estar infectados e disseminando potencialmente o vírus(52, 54, 60).
Em geral, os testes imunológicos não devem desempenhar um papel na triagem ou no diagnóstico de pacientes com apresentação clínica recente, e seu uso é destinado a indivíduos hospitalizados com uma condição não tão recente e ao diagnóstico de profissionais de saúde (sintomáticos a partir do 7º dia do início dos sintomas) para facilitar a dinâmica de afastamentos e retornos à força de trabalho em saúde. No entanto, deve ficar claro que resultados negativos não excluem a doença(54, 60).
A Tabela abaixo estabelece um padrão de sensibilidade do teste após o início dos sintomas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A COVID-19 é uma doença extremamente contagiosa causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 e foi considerada pela OMS uma pandemia mundial em 2020. Entre indivíduos suscetíveis, ela pode levar a consequências potencialmente fatais. A taxa de casos fatais varia globalmente e está perto de 6,9% entre os indivíduos diagnosticados no início de maio de 2020, de acordo com fatores como idade, estado imunológico, condições sociais e de higiene e acessibilidade aos cuidados de saúde(62). É importante considerar o subdiagnóstico e a subnotificação, especialmente em países de baixa renda, pois a taxa de mortalidade pode aumentar e distorcer a curva de distribuição de acordo com a quantidade de testes que um determinado país realizou.
A disseminação da SARS-CoV-2 ocorre com maior frequência em indivíduos sintomáticos ou assintomáticos leves/moderados, que podem transmitir o vírus sem conhecimento(30). Uma proporção menor de pacientes infectados tem uma apresentação grave de COVID-19, mas nessa população a mortalidade é maior do que nos pacientes clinicamente mais leves(30, 62).
As manifestações clínicas iniciais se assemelham às infecções por Norovírus e Influenza, porém o envolvimento pulmonar é semelhante ao das infecções complicadas por Influenza H1N1, SARS e MERS-CoV(23, 32, 33). Muitos parâmetros laboratoriais inespecíficos são alterados durante o curso da infecção por COVID-19, mas alguns demonstram valor prognóstico para monitorar a evolução da doença, revelando valor adicional, além da presença de SARS-CoV-2 ou do diagnóstico clínico ou da avaliação do estado imunológico em exames específicos. Assim, a análise laboratorial tem um papel fundamental na definição do diagnóstico, na avaliação do desenvolvimento e na previsão mais precisa do prognóstico dos pacientes com COVID-19. Além disso, é importante salientar que as investigações laboratoriais são a base dos estudos epidemiológicos, orientam as estratégias governamentais mais eficazes relacionadas com a saúde e fornecem subsídios para as decisões médicas baseadas em evidências.
A positividade da RT-PCR e a soroconversão podem variar em diferentes grupos de indivíduos infectados, incluindo a grande população de pacientes assintomáticos, na qual podem haver casos subdiagnosticados e subnotificados. Apesar de vários artigos oportunos sobre a COVID-19 e seus mecanismos fisiopatológicos, muitas questões permanecem em aberto, principalmente sobre os potenciais padrões de resposta imunológica a longo prazo em indivíduos com diferentes apresentações clínicas e laboratoriais, incluindo casos sintomáticos ou assintomáticos, e sobre a aplicabilidade dos exames laboratoriais de acordo com a fase da infecção.
Para vigilância epidemiológica, é necessário coletar amostras clínicas para detecção viral ou resposta imune em larga escala para definir uma situação real dessa doença em todo o mundo. Devido aos elevados custos da testagem em massa, o uso racional de ferramentas de laboratório é fundamental. Por meio de uma abordagem clinicamente útil na triagem de indivíduos suspeitos, foi elaborado um guia para interpretação dos marcadores diagnósticos utilizados na detecção de COVID-19 com o intuito de orientar os médicos para o uso racional dos exames específicos. O diagrama da aplicabilidade dos biomarcadores de laboratório está detalhado na Figura 3.

FIGURA 3 – Abordagem laboratorial de indivíduos suspeitos de COVID-19
Fonte: elaborada pelos autores.
IgM: imunoglobulina classe M; IgA imunoglobulina classe A; IgG: imunoglobulina classe G; Ac: anticorpos; Ag: antígeno; RT-PCR: reação em cadeia da polimerase em tempo real; *período de transmissão: cinco a mais de 25 dias – critérios médicos; **teste rápido – pointof- care; ***teste padrão-ouro; #com RT-PCR negativo; &: critérios locais e médicos.
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