Introdução:
Um estudo publicado na Revista Caderno Pedagógico explora as conexões entre altos níveis de inteligência (QI) e o perfeccionismo, destacando a teoria da Inteligência DWRI (Desenvolvimento de Amplas Regiões de Interferência Intelectual). Conduzido por Fabiano de Abreu Agrela e colaboradores, o estudo revela que indivíduos com alto QI frequentemente exibem perfeccionismo adaptativo, associado ao sucesso, mas também enfrentam desafios relacionados ao perfeccionismo desadaptativo, que pode levar a estresse e ansiedade.
Contexto e Motivação:
Indivíduos com alto QI frequentemente enfrentam estigmas e expectativas sociais elevados, muitas vezes resultando em perfeccionismo. Enquanto o perfeccionismo adaptativo pode impulsionar o desempenho, sua versão desadaptativa, caracterizada por autocrítica e medo do fracasso, frequentemente prejudica o bem-estar. Este estudo visou compreender melhor essas dinâmicas, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias que promovam a saúde mental e o desempenho de pessoas altamente inteligentes.
Metodologia e Abordagem:
A pesquisa combinou uma revisão teórica com um estudo empírico, incluindo enquetes aplicadas a membros de sociedades de alto QI, como Intertel e Mensa. Os participantes identificaram traços de perfeccionismo adaptativo e desadaptativo em suas personalidades. Além disso, o estudo explorou aspectos genéticos, neurobiológicos e ambientais que influenciam esses traços, analisando fatores como variações genéticas e ativação de áreas cerebrais específicas.
Descobertas e Resultados:
Os resultados indicaram uma alta prevalência de perfeccionismo adaptativo em indivíduos classificados como DWRI, com benefícios significativos para o desempenho e a resiliência. No entanto, também se identificou uma correlação preocupante entre altos níveis de perfeccionismo desadaptativo e sintomas de ansiedade e depressão. “A chave está em canalizar o perfeccionismo para padrões saudáveis, maximizando suas vantagens enquanto minimizamos os riscos”, explica Fabiano de Abreu Agrela, autor principal do estudo.
Implicações e Aplicações Práticas:
O estudo sugere intervenções personalizadas para indivíduos com alto QI, incluindo terapia cognitivo-comportamental, técnicas de regulação emocional e um foco em mentalidades de crescimento. Essas estratégias podem ajudar a transformar o perfeccionismo desadaptativo em um traço positivo, promovendo maior bem-estar e realização pessoal. As implicações se estendem a áreas educacionais e clínicas, onde o suporte adequado pode capacitar esses indivíduos a atingir seu pleno potencial.
Autoria e Publicação:
O estudo foi realizado por Fabiano de Abreu Agrela, Hitty-Ko Kamimura, Roselene Espírito Santo Wagner e Flávio Henrique dos Santos Nascimento, membros do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH). Publicado na edição de 2024 da Revista Caderno Pedagógico, o artigo reforça a relevância da teoria DWRI no campo da psicologia e neurociência.
Conclusão e Perspectivas Futuras:
A pesquisa ressalta a necessidade de maior conscientização sobre os desafios enfrentados por indivíduos com alto QI, especialmente aqueles associados ao perfeccionismo. Estudos futuros podem explorar intervenções mais específicas para minimizar os impactos do perfeccionismo desadaptativo. Além disso, há potencial para aplicar a teoria DWRI em contextos práticos, como no desenvolvimento de programas educacionais adaptados a pessoas altamente inteligentes.
Referência do Artigo:
RODRIGUES, Fabiano de Abreu Agrela et al. “Traço de personalidade da pessoa com Inteligência DWRI”. Revista Caderno Pedagógico, Curitiba, v.21, n.4, p. 01-23, 2024. DOI: 10.54033/cadpedv21n4-096.