A tuberculose é uma doença que tem cura e pode ser prevenida. No entanto, o Brasil tem uma média de 5 mil mortes por tuberculose todos os anos e o combate à doença é um desafio para o País.
Uma das dificuldades no combate à enfermidade é que as bactérias que a causam estão presentes em cerca de um quarto da população mundial, segundo a OMS. E, a partir desse estágio sem sintomas, a infecção pode se tornar ativa quando outros fatores, como pobreza e desnutrição, tornam-se mais agudos. E para alguns grupos de risco (imunocomprometidas), isso pode ser fatal.
Com um cenário alarmante, algumas medidas já foram adotadas, como a disponibilização do teste IGRA pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – parte de um plano maior de erradicação da doença até 2025 por parte do Ministério da Saúde.
De acordo com Raphael Oliveira, biólogo e Gerente de Marketing Regional LATAM para Diagnósticos Moleculares da QIAGEN, multinacional responsável por trazer a solução de testagem ao país, uma das maneiras mais efetivas de conter o avanço da doença é realizar a busca sistemática pelos novos casos nos grupos de risco, ainda que essas pessoas não apresentem sintomas e não estejam possivelmente infectadas pela tuberculose apenas em sua fase latente (ILTB). Segundo ele, quanto antes diagnosticada e tratada, maiores são as chances de cura efetiva para a doença.
Como é o teste de tuberculose do SUS
Conhecido como QuantiFERON-TB Gold Plus, para realizar o teste IGRA do SUS, disponível também em unidades de saúde privada, o sangue do paciente é coletado e levado para análises laboratoriais que levam até 24h para dar o resultado, com alto potencial de precisão.
Anteriormente, o SUS oferecia apenas o teste cutâneo ou prova tuberculínica, onde se aplica uma injeção administrada de forma subcutânea, e a reação do organismo é observada dentro do período de até 72 horas após a aplicação, formando uma espécie de caroço que deve ser medido na régua. Se for formada qualquer reação superior a 5 mm, o exame é considerado positivo — mas o paciente precisa voltar ao hospital para as medições.
“O Teste Tuberculínico, utilizando o PPD, é um diagnóstico que apresenta limitações de desempenho. Ele ainda é oferecido pelo SUS, porém, enfrenta frequentes problemas de desabastecimento, o que impacta a disponibilidade do exame para a população. Além disso, o PPD pode apresentar um resultado falso-negativo, especialmente aos que convivem com o HIV, e a pessoa corre o risco de ter a doença ativada por desconhecer o seu estado. Já o IGRA, apresenta um diagnóstico rápido e seguro, com a precisão de testes laboratoriais, e não requer uma análise clínica do paciente após sua realização. Além disso, seu custo-efetividade é melhor para o sistema de saúde”, explica Oliveira.
Quem tem direito ao teste IGRA
A testagem da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) é essencial para pessoas do grupo de risco, devido à fase inicial assintomática da doença, que pode durar muito tempo até que a imunidade do paciente seja afetada. No SUS, o IGRA está disponível para crianças maiores de dois anos e menores de dez, que tiveram contato com pessoas com tuberculose ativa, candidatos a transplantes de órgãos, pacientes com HIV e pessoas com doenças inflamatórias imuno mediadas, incluindo a psoríase, doença de crohn e artrite reumatoide.
Após sua fase latente, a tuberculose pode evoluir de forma grave e rápida. Entre os principais sintomas estão a tosse crônica e persistente, febre, perda inexplicada de peso e, quando grave, sudorese noturna. Aos primeiros sinais de suspeita de contato ou sintomas, é recomendada a busca por ajuda e orientação médica. A tuberculose é uma doença tratável e curável, mas o sucesso da cura depende da rapidez do diagnóstico e tratamento.
A QIAGEN é uma multinacional alemã, especialista em tecnologia para diagnósticos moleculares, testes aplicados, pesquisa acadêmica e farmacêutica. Com mais de 5.900 colaboradores distribuídos em 25 países e parceiros comerciais em mais de 60 nações, a empresa oferece um portfólio de mais de 500 produtos entre kits consumíveis, instrumentos e bioinformática, que atendem às diversas necessidades globais, desde pesquisas acadêmicas a aplicações de saúde de rotina.