Um teste de sangue experimental em diversos estudos obteve alta acurácia em distinguir pessoas com a doença de Alzheimer e pessoas que não possuem a doença, aumentando as esperanças para que brevemente tenha-se uma forma simples de ajudar a diagnosticar essa forma comum de demência.
Desenvolver esse teste tem sido um objetivo almejado a um bom tempo, e cientistas avisam que essa nova abordagem ainda precisa de validação e não está pronto para utilização ampla ainda.
Entretanto, os resultados têm sugerido que eles estão no caminho certo. A testagem identificou pessoas com Alzheimer em relação a pessoas sem demência ou com outros tipos de demência com acurácia variando entre 89 a 98%. Uma precisão que não havia sido obtida em estudos anteriores.
Os resultados da pesquisa foram discutidos na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (Alzheimer’s Association International Conference) que ocorreu on-line por conta da pandemia do novo coronavírus. Alguns estudos relataram resultados encorajadores de exames de sangue experimentais que medem versões anormais de amilóide, uma das duas proteínas que se acumulam e danificam o cérebro dos pacientes com Alzheimer. O novo trabalho se concentra na outra proteína – tau – e descobre que uma forma chamada p-tau217 é um indicador mais confiável. Várias empresas e universidades desenvolveram testes experimentais p-tau217.
O Dr. Oskar Hansson da Universidade de Lund na Suécia conduziu um estudo do teste da Eli Lilly em mais de 1400 pessoas que já estavam sendo estudadas em pesquisas com demência na Suécia, Arizona e Colômbia. Eles foram incluídos como sem comprometimento, comprometimento leve, Alzheimer e outras doenças neurológicas.
O teste p-tau217 superou uma série de outras medidas para indicar quais pacientes tinham Alzheimer, conforme verificado por exames de imagem do cérebro. Também foi comparável às varreduras do cérebro e a alguns testes da coluna vertebral em precisão.
A parte do estudo no Arizona incluiu 81 pessoas que doaram seus cérebros após a morte; portanto, os pesquisadores foram capazes de mostrar que os exames de sangue enquanto estavam vivos correspondiam às evidências da doença posteriormente.
A parte colombiana do estudo incluiu pessoas com um gene raro que praticamente as destinava a desenvolver a doença de Alzheimer em uma idade jovem, geralmente na faixa dos 40 anos. Nas pessoas com o gene, os níveis sanguíneos de p-tau217 começaram a subir “cerca de 20 anos antes dos sintomas”, disse Hansson.
Dois outros grupos de pesquisa relataram independentemente evidências para o teste de p-tau217 na conferência.
Cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, descobriram que isso ajudou a distinguir pessoas com Alzheimer daquelas com outra doença neurológica – degeneração lobar frontotemporal – com 96% de precisão em um estudo de 617 pessoas.
A Dra. Suzanne Schindler, da Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, também considerou o p-tau217 melhor do que alguns outros indicadores para revelar quais pacientes tinham placas no cérebro – a marca registrada da doença de Alzheimer.
Schindler já lançou um estudo maior em uma população diversificada em St. Louis. Os pesquisadores suecos fizeram o mesmo.
Com informações de Medical Xpress, adaptação e tradução de João Gabriel de Almeida (Equipe Newslab).