Ainda que o novo coronavírus se apresente de forma leve na maioria dos infectados (cerca de 80%), o número de internações pela Covid-19 vem aumentando em diversos países. Os principais sintomas, como tosse seca, febre e cansaço, são amplamente conhecidos. Nesse contexto, uma preocupação da comunidade científica diz respeito ao desfecho clínico que a forma grave da doença traz em longo prazo.
Por enquanto, não é possível saber de maneira definitiva quais comorbidades estão associadas à Covid-19. Afinal, o vírus foi descoberto em dezembro passado. Mas indicadores de países que foram epicentro da epidemia podem ajudar a prever uma série de complicações.
Condição clínica de pacientes curados
Dados preliminares provenientes da China, Itália, Estados Unidos e Espanha apontam que os infectados com sintomas leves não desenvolvem efeitos duradouros após a descoberta. Pacientes com a forma grave da doença e que não precisaram de ventilação mecânica tendem a não apresentar efeitos colaterais em longo prazo. Entretanto, quem passou por intubação apresenta maior probabilidade de permanecer com lesões nos pulmões.
Entre outras entidades que lideram a busca por soluções, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos destaca para a vigilância contínua dos casos de Covid-19. Isso porque, em geral, pacientes submetidos a ventilação mecânica desenvolvem a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). A condição também é comum em indivíduos que passaram por sobrecarga no sistema imunológico.
Outro efeito adverso para o desfecho clínico de pacientes com Covid-19 é o desenvolvimento de doenças cardíacas – assim como acontece com outras doenças graves. E uma situação que parece estar mais ligada aos efeitos da Covid-19 é a coagulação do sangue, que pode causar embolia pulmonar em diversos pacientes.
É por isso que tratamentos com anticoagulantes estão ganhando destaque. Na China, por exemplo, pesquisadores publicaram um estudo destacando a eficácia da heparina em pacientes graves. Esse é mais um medicamento que será amplamente testado em pessoas que estão na UTI. Além disso, é possível encontrar relatos de médicos destacando casos em que pessoas precisarão tomar anticoagulantes de maneira contínua, mesmo após a cura.
Critérios que definem a recuperação
Em geral, as autoridades usam o termo “recuperação”, em vez de “cura”. Isso porque não há testes suficientes para determinar quem, de fato, está livre do vírus. O critério, portanto, é a ausência de sintomas após 14 dias de isolamento – nos casos leves. Em situações assim, cabe às vigilâncias sanitárias municipais acompanhar o isolamento do paciente.
Já indivíduos que desenvolveram a forma grave da doença e precisaram de tratamento intensivo não precisam de isolamento caso a internação supere 14 dias. O critério para alta, inclusive, depende do resultado negativo para coronavírus. Para tanto, são colhidos dois testes seguidos, realizados dentro de 24 horas.
Outra preocupação da comunidade médica diz respeito à saúde mental dos curados, principalmente quem passou por intubação – que pode ser feita com o paciente acordado ou sedado. Antes do procedimento, a pessoa é informada a respeito dos riscos atrelados ao procedimento, o que pode levar ao desenvolvimento de estresse pós-traumático. Além disso, ainda não está confirmado se a recuperação garante imunidade em caso de futuras contaminações, pois existem casos de reincidência.
Com informações de Blog Secad / Redação Secad.