AS DIFICULDADES EM CONCILIAR GESTÃO E BANCADA PELO GESTOR DE LABORATÓRIO DE PEQUENO PORTE

Todo gestor que exerce dois cargos em diferentes áreas na empresa compreende o quanto é desafiador desempenhar duas funções. Aquele ditado popular de “querer abraçar o mundo com as mãos” começa a fazer cada dia mais sentido quando estamos nessa fase do empreendedorismo.

Na verdade, empreender requer muitos desafios, e conciliar a gestão com a bancada é um dos maiores na vida do diretor de um Laboratório de Análises Clínicas. Principalmente, quando o amor por uma das áreas em questão é maior.

A qualidade é um fator primordial em um Laboratório, na verdade em todo estabelecimento de saúde. Chega a ser incoerente falarmos de qualidade como diferencial em uma instituição de saúde, quando na realidade é uma obrigatoriedade.

Quando se tem uma só pessoa pra executar atividades distintas em uma empresa, o primeiro sinal que ela pode manifestar é uma sobrecarga pelo acúmulo de tarefas, e isso, vai implicar diretamente na qualidade.

As consequências por não fazer uma escolha assertiva entre gestão e bancada nesse primeiro instante, pode desencadear uma série de fatores que farão com que seu empreendimento corra riscos. Porém, há uma dificuldade enorme em estabelecer o famoso “time” na percepção de qual o momento certo para tomar uma decisão.

Porém, chega um determinado momento em que é preciso fazer uma escolha para ver seu negócio alavancar, e isso precisa ser pensado desde o momento em que você decide abrir um laboratório.

Toda empresa só funciona em perfeita harmonia quando se segue de forma correta o Procedimento Operacional Padrão (POP), e para isso é preciso que as funções e atividades estejam claramente estabelecidas. Porém, na prática é algo que muitos laboratórios não seguem pelo o egocentrismo do gestor em reter o conhecimento e achar que nenhum colaborador fará igual ou muitas vezes por não fazer uma boa gestão.

Essa dificuldade faz com que os diretores tragam para si uma sobrecarga enorme e não consigam executar com perfeição uma das duas funções, porque o tempo de qualidade foi utilizado para dedicar-se a atividade de maior demanda ou a que possui mais aptidão.

Para amenizar esse problema, a delegação de funções e atividades que seriam realizadas pelo gestor tem sido uma grande aliada para conseguir lidar com esse embate. A atribuição de tarefas ao colaborador pertencente a área em que está inserido irá auxiliar na redução da carga do gestor, e assim conseguirá se organizar para realizar outros afazeres restritivos a ele.

Outro fator contribuinte para tornar mais fácil esse desafio, tem sido o investimento em capacitações e treinamentos para a equipe. Esse tipo de atitude fornece aos colaboradores autonomia para realizar incumbências que antes teriam necessidade da supervisão do gestor, ou até mesmo seriam realizadas por ele tomando assim uma parte da sua rotina.

Outra alternativa tem sido a contratação de novos profissionais que tenham formação naquela função, e molda-los de acordo com o seu jeito e as necessidades da empresa. Logo, você terá uma pessoa capacitada e que conseguirá exercer com qualidade aquele cargo.

Dessa forma, é imprescindível que o diretor de uma empresa reconheça suas limitações e compreenda a necessidade e a importância de ter profissionais capacitados para cada função, buscando identificar suas falhas como gestor e procurando medidas que ajudem no seu tempo de qualidade.

 

AUTOR:

Gabriel Miranda – Biomédico

Pós graduado em Análises Clínicas.

Sócio Proprietário do Laboratório Dovalle.

 

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