O Hemocentro de Ribeirão Preto foi escolhido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser o responsável por um estudo clínico voltado ao tratamento de pacientes portadores de leucemia e linfoma, com o uso de células CAR-T. A aprovação foi divulgada no último dia 26, pela autarquia responsável pela defesa da saúde dos brasileiros.
O estudo clínico de fase 1/2 vai incluir 81 pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B, com o produto de células CAR-T desenvolvido no Hemocentro de Ribeirão Preto. A iniciativa será realizada gratuitamente em cinco hospitais do Estado de São Paulo, dentre eles o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP e o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
A parceria entre o Hemocentro de Ribeirão Preto, a USP e a Fundação Butantan, com o apoio de instituições de fomento como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), resultou na construção das duas unidades do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera), em Ribeirão Preto e São Paulo.
“Fábrica de células”
A “fábrica de células”, localizada no Hemocentro, já está em operação e será responsável por atender à demanda dos participantes do estudo clínico e futuramente até 300 pacientes por ano.
O Nutera permite ampliar as operações de fabricação, atendendo à crescente demanda e mantendo um rigoroso controle de qualidade, operando em conformidade com as Boas Práticas de Fabricação (BPF).
Hemocentro RP: pioneiro na terapia com células CAR-T
Há quase uma década, o Hemocentro RP ampliou o foco de atuação com a produção das células CAR-T. A pesquisa no combate ao câncer já tratou 15 pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B e os resultados são muito superiores às terapias convencionais. O objetivo agora é desenvolver um produto nacional e disponível para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Matéria – Jornal USP
Foto – Terapia de células T com CAR – Foto: Lidia Rossi Rocoffort / SNSF / CC-BY-NC-ND
Texto: Eduardo Loria Vidal*
Arte: Carolina Borin**