A abdominoplastia é um procedimento cirúrgico utilizado para melhorar a aparência estética do abdômen, ela é realizada através da remoção do excesso de pele e gordura abdominal, além do fortalecimento dos músculos da região abdominal. É comumente indicada para casos de flacidez abdominal decorrente de gestações, perda de peso significativa ou envelhecimento, seu objetivo principal da abdominoplastia é alcançar uma aparência abdominal mais firme e tonificada.
Existe um problema relativamente comum que pode ocorrer após a realização do procedimento que causa um acúmulo excessivo de líquidos próxima à área da cicatriz, chamado seroma, que pode gerar desconfortos ao paciente, incluindo inchaço, dor e vermelhidão, podendo, após certo período, endurecer, formando um seroma encapsulado, piorando o aspecto da cicatriz, gerando infecções e abscesso no local, gerando a necessidade de consultas ambulatoriais e retardando a recuperação.
De acordo com um novo estudo publicado na revista “Aesthetic Surgery Journal” que analisou 846 pacientes através de uma revisão sistemática, a preservação da fáscia de scarpa – membrana fina e densa que recobre a camada muscular da região abdominal – ajuda a reduzir o risco da formação de seromas, menos infecções e utilização abreviada do dreno – utilizado após a cirurgia para a prevenção do seroma, mas apresentando riscos de infeção com o uso prolongado.
A taxa de incidência global de seromas em pacientes cujas fáscias de scarpa foram preservadas durante a abdominoplastia foi de 5,3%, enquanto no procedimento tradicional ela foi de 15,1%. Mas apesar dos benefícios demonstrados, a preservação da fáscia de scarpa não apresentou impactos significativos na incidência de hematomas, tempo de internação hospitalar ou deiscência da ferida.
O estudo recomendou, ainda, que a preservação da fáscia de scarpa seja um procedimento de rotina na realização de abdominoplastia, com base nos resultados obtidos.
Os seromas são problemas comuns e que podem prejudicar a recuperação do paciente após a abdominoplastia, apesar do uso do dreno ser tido como padrão para a sua prevenção, os resultados do estudo reforçam que técnicas paralelas podem ser utilizadas, como a preservação da fáscia de scarpa, um cuidado relativamente simples durante o procedimento, mas que pode trazer benefícios durante a recuperação do paciente.
Sobre Dr. Bora Kostic
Sobre Dr. Bora KosticDr. Velibor Kostić, conhecido como Bora Kostić, se formou em Medicina na Universidade Federal de Belgrado, na Sérvia, chegando a servir na guerra de 1999. Especializou-se em Cirurgia Geral e em Cirurgia Plástica no Hospital Geral de Bonsucesso.Fez estágio no Departamento de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Microcirurgia do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro, revalidou o diploma de Medicina na Universidade Federal de Santa Catarina. Bora é membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro ativo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Estética. Pesquisador no CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito.