Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
Introdução
A Síndrome de Hiperestimulação Simpática (SHS) e a simpaticotonia são condições caracterizadas pela hiperatividade do sistema nervoso simpático, o que resulta em uma variedade de sintomas físicos e psicológicos, incluindo aumento da frequência cardíaca, hipertensão, ansiedade e distúrbios do sono. Embora esses termos sejam frequentemente usados de maneira intercambiável, é importante distinguir entre as duas condições para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. Ambas compartilham mecanismos fisiopatológicos semelhantes, mas diferem nas suas origens e abordagens terapêuticas (Kaiut & Rodrigues, 2023).
A Fisiopatologia da Hiperestimulação Simpática e da Simpaticotonia
A simpaticotonia é definida como uma condição crônica de hiperatividade do sistema nervoso simpático, geralmente causada por um desequilíbrio entre os sistemas simpático e parassimpático. Esse desequilíbrio resulta na liberação excessiva de neurotransmissores simpáticos, levando à estimulação contínua dos órgãos-alvo, o que pode gerar sintomas como hipertensão, constipação, e palpitações. Por outro lado, a SHS é frequentemente desencadeada por situações de estresse agudo ou crônico, incluindo lesões cerebrais traumáticas e abuso de substâncias, o que diferencia suas causas das da simpaticotonia (Goldstein, 2002; Freeman, 2018).
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico dessas condições é desafiador devido à sobreposição de sintomas e à falta de critérios diagnósticos claros para a simpaticotonia. O diagnóstico geralmente é clínico, baseado na exclusão de outras condições que possam explicar os sintomas apresentados. Exames complementares, como a monitorização da frequência cardíaca e a avaliação dos níveis de adrenalina no sangue, podem auxiliar no diagnóstico. O tratamento inclui tanto intervenções farmacológicas, como o uso de betabloqueadores e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), quanto abordagens não farmacológicas, como a terapia cognitivo-comportamental e a prática de yoga, que têm mostrado eficácia na regulação do sistema nervoso autônomo (Thayer & Lane, 2007; Kaiut & Rodrigues, 2023).
Conclusão
A continuação de pesquisas dedicadas é crucial para o avanço no entendimento e no tratamento das disautonomias, incluindo a SHS e a simpaticotonia. A integração de terapias convencionais e alternativas, como o yoga, representa uma abordagem promissora para mitigar os sintomas dessas condições, proporcionando uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes. A complexidade dessas disfunções exige uma abordagem multidisciplinar, que considera tanto os aspectos fisiológicos quanto psicológicos envolvidos na hiperatividade simpática.
Referências:
KAIUT, Ravi Kishore Tiboni; RODRIGUES, Fabiano de Abreu Agrela. Simpaticotonia E A Síndrome De Hiperestimulação Simpática: Como Diagnosticar E Possíveis Tratamentos. Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, v. 7, n. 4, p. 6076-6087, 2023. DOI: https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v7i4.7399.
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