Antes de o diabetes se instalar de forma definitiva, existe uma janela de oportunidade de diagnóstico chamada pré-diabetes. Ela se caracteriza por ser uma situação em que já há alteração da glicose no sangue, mas não de forma significativa a ponto de ser considerado diabetes. A única forma de diagnosticar a pré-diabetes é através do exame de sangue.
O problema é que, via de regra, os pacientes não apresentam sintomas. Em raras situações, um dos sinais pode ser a acantose – isto é, escurecimento em regiões de dobras da pele, como pescoço, axilas ou virilhas. Diante disso, é de extrema importância que os médicos fiquem atentos aos fatores de risco da diabetes, a fim de tratar o mais rápido possível. São eles:
- hipertensão ou algum outro dado de síndrome metabólica;
- alterações nos níveis de triglicérides e colesterol;
- ovário policístico;
- pessoas acima do peso, sobretudo aquelas que concentram gordura na região abdominal;
- histórico familiar de diabetes tipo 2;
- diabetes na gestação;
- pessoas acima de 40 anos.
“É importante que todas as pessoas com 45 anos ou mais sejam testadas. É fundamental que os médicos fiquem atentos também àqueles pacientes que apresentam fatores de risco, porque aí vale a pena testar depois dos 30 anos e antes dos 45”, alerta a endocrinologista Rosângela Roginski Rea, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Quando confirmar o diagnóstico
Para que uma pessoa seja considerada pré-diabética é preciso que apresente alterações no metabolismo da glicose, ou seja, níveis elevados de glicose de jejum ou hemoglobina glicada, além de tolerância diminuída à glicose. Conforme a American Diabetes Association (ADA), valores de glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL, glicemia medida 2 horas após a ingestão de 75 gramas de glicose anidra entre 140 e 199 mg/dL e hemoglobina glicada entre 5,7 e 6,4% aumentam significativamente o risco de progressão para diabetes, sobretudo em pessoas que apresentam fatores de risco.
Ainda existe um exame que eventualmente pode ser feito chamado teste de tolerância à glicose – curva glicêmica, como é conhecido popularmente –, que também pode ajudar a alcançar o diagnóstico.
Aqueles pacientes que fazem exame de sangue e o resultado apresenta alterações, devem repetir o procedimento a cada 6 meses para verificar se a pré-diabetes não evoluiu para a doença. Já os exames que não apresentarem alterações, mas o paciente possui fatores de risco, é preciso repetir o procedimento a cada 3 anos.
Política Nacional de Prevenção do Diabetes
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou em outubro a criação de uma política nacional de prevenção do diabetes e de assistência integral à saúde da pessoa portadora da doença. A nova proposta política inclui a realização de campanhas de conscientização sobre a importância e a necessidade de medir regularmente e controlar os níveis glicêmicos.
“Uma das maneiras de prevenir a diabetes é justamente através do fortalecimento da educação, mas não só para pacientes, para médicos também. Então, eu vejo isso com uma grande importância”, comemora Rea.
Reversão do quadro de pré-diabetes
Antes que a pré-diabetes possa evoluir para a doença, é possível reverter o quadro com alimentação e até cirurgias.
Com informações de Blog Secad.