O crescimento acelerado do uso de peptídeos com promessas de rejuvenescimento, emagrecimento, melhora hormonal e performance física tem preocupado especialistas em saúde. Contudo, isso ocorre em um cenário de escassez de estudos clínicos robustos e ausência de aprovação regulatória para muitas indicações. O Instituto GRIS, primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, aponta riscos ao paciente e reforça a importância da medicina baseada em evidências.
Segundo Alexandra Ongaratto, médica especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, muitos peptídeos vêm sendo prescritos de forma off-label, sem respaldo em ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas ou diretrizes oficiais de sociedades médicas, o que levanta questionamentos éticos e riscos diretos à segurança do paciente.
Peptídeos ganham popularidade, mas evidências científicas ainda são limitadas
Apesar do apelo comercial, a maioria dos peptídeos utilizados fora do ambiente de pesquisa carece de estudos clínicos de qualidade, especialmente no que diz respeito à eficácia a longo prazo, perfil de segurança, dosagem ideal e possíveis efeitos adversos. Além disso, muitos desses compostos não possuem registro em agências regulatórias, como a Anvisa, para as indicações com as quais vêm sendo promovidos.
A literatura científica internacional reforça esse cenário. Revisões publicadas em periódicos como Frontiers in Endocrinology e The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism alertam que o uso de terapias sem evidência sólida pode gerar efeitos imprevisíveis no metabolismo, no eixo hormonal e no sistema imunológico.
“Nem tudo que é novo é seguro”, alerta Alexandra Ongaratto
Para a ginecologista, o avanço do marketing em torno dos peptídeos não pode se sobrepor à ciência, “estamos vendo uma banalização de substâncias que ainda não passaram pelo rigor científico necessário. Medicina baseada em evidências não é uma opinião, é um compromisso com a segurança do paciente”.
A médica ressalta que o problema não está na pesquisa com peptídeos, mas no uso indiscriminado. “Peptídeos têm potencial terapêutico, sim, mas dentro de protocolos de pesquisa bem conduzidos. Prescrevê-los amplamente, sem evidência clínica sólida, é expor pessoas a riscos que ainda não compreendemos completamente”, afirma.
Riscos vão além da falta de eficácia
O Instituto GRIS também aponta que o uso não regulamentado de peptídeos pode estar associado a:
- Reações adversas desconhecidas;
- Interferências hormonais imprevisíveis;
- Falta de padronização na produção e na dosagem;
- Ausência de monitoramento farmacológico adequado;
- Dificuldade de rastreamento de eventos adversos.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou para os riscos do uso de terapias não validadas, especialmente quando promovidas como “naturais” ou “milagrosas”, o que pode gerar falsa sensação de segurança.
Educação médica e informação ao paciente são essenciais
Para o Instituto GRIS, o cenário reforça a necessidade de educação contínua dos profissionais de saúde e de informação clara para a população, especialmente em um ambiente digital onde promessas de resultados rápidos ganham visibilidade.
“O paciente precisa entender que tratamento seguro é aquele respaldado por ciência. A ausência de evidência não é neutralidade, é risco”, reforça Alexandra Ongaratto.
O Instituto defende que qualquer nova terapia deve seguir os princípios da medicina baseada em evidências: benefício comprovado, risco conhecido e decisão compartilhada.
Instituto GRIS
O Instituto GRIS tem como compromisso priorizar o bem-estar e a saúde feminina. Sediado em Curitiba, é pioneiro como o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, agregando as mais avançadas tecnologias para o cuidado da saúde íntima feminina. Seu enfoque abrangente e especializado combina inovação e dedicação, ajudando as mulheres a assumirem o protagonismo em suas jornadas de saúde.
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