Perda auditiva: o diagnóstico e a intervenção precoces são decisivos

A deficiência auditiva pode ser congênita, quando a criança nasce com o problema, ou ser adquirida durante a vida. As causas abrangem aspectos genéticos, traumas ou doenças adquiridas. Em qualquer dessas situações, são diferentes os graus de deficiência auditiva, classificados de forma geral em: grau leve, moderado, severo e profundo.

  • Leve: há perda auditiva de parte da percepção de fonemas, e com isso a dificuldade de compreender a fala das pessoas, principalmente se houver ruídos no ambiente. Essa restrição interfere, mas não impede totalmente o desenvolvimento da fala e linguagem da criança.
  • Moderado: percepção muito fraca dos fonemas da fala humana. A voz natural quase não é percebida, com forte impacto no desenvolvimento da linguagem. Identificam-se apenas sons fortes como o aspirador ligado ou o choro agudo de uma criança.
  • Severo e profundo: os sons de fala não são audíveis e só há percepção de estímulos sonoros muito intensos, como o de uma motocicleta ou turbina de um avião. Nesses quadros, o desenvolvimento da fala pode ter atraso significativo ou não acontecer, e a comunicação só será possível com o suporte da linguagem de sinais, leitura labial ou leitura e escrita se a audição não for tratada.

 

Há tratamentos específicos para cada causa e grau de perda da audição. As deficiências mais leves e moderadas, ocasionadas por processos inflamatórios e infecciosos, são tratadas com medicamentos e procedimentos cirúrgicos. Já as perdas auditivas com origem em alterações genéticas da orelha exigem o uso de equipamentos de reabilitação auditiva. São dois os tipos: aparelhos de amplificação sonora individual, recomendados para graus leves e moderados, e o implante coclear, indicado para pacientes com deficiências severas e profundas.

Mesmo em graus leves, a perda auditiva impacta na fala e na linguagem. A criança em idade escolar pode ter o abafamento da percepção auditiva e de parte dos fonemas, com alteração da compreensão da fala em ambientes ruidosos, comprometendo a aprendizagem. Por isso, é recomendado que toda criança, independentemente de sinais clássicos de perda de audição (desatenção, distração, aumento de volume de som), passe por avaliação audiológica todos os anos durante a idade escolar.