Menos de um mês após a morte de uma mulher que contraiu raiva humana ao ser mordida por um sagui, outro caso da doença foi registrado no Ceará. Uma mulher de 58 anos foi diagnosticada, na semana passada, com raiva humana após sofrer mordida de um macaco sagui no interior do estado.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a paciente foi mordida pelo animal em novembro do ano passado. Em 27 de janeiro deste ano, ela buscou atendimento em um hospital do município, apresentando náuseas, dificuldade de engolir e de falar, além de hidrofobia (aversão à água). Por apresentar sintomas característicos da doença, a vítima foi encaminhada ao Hospital São José, em Fortaleza (CE), onde passou por uma análise realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública e confirmada pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, dando o diagnóstico positivo para raiva humana. A mulher permanece hospitalizada.
A raiva é uma doença viral fatal transmitida, principalmente, por meio de mordeduras ou lambeduras de animais infectados. A principal forma de prevenção é a vacinação pós-exposição, que deve ser administrada o mais rápido possível. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2024, foram registrados 48 casos de raiva humana no Brasil. Desses, 24 foram causados por morcegos, nove por mordidas de cães, seis por primatas não humanos, quatro por felinos, dois por raposas e um por bovino. Em outros dois casos, o animal agressor não foi identificado.
O CRMV-RJ reforça o alerta já feito anteriormente pela médica-veterinária Renata Vitória Campos Costa, da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (SEAPPA-RJ), lotada no Núcleo de Defesa Agropecuária de Valença (RJ) e membro da Comissão de Saúde Única do CRMV-RJ: “O que acontece frequentemente é que as pessoas, por curiosidade, acabam se aproximando desses animais, que são pequenos, bonitos e interessantes. Aqui no Rio de Janeiro, temos uma quantidade enorme de saguis em florestas e até em locais turísticos. Muitas vezes, eles se aproximam porque recebem alimentos das pessoas. Crianças, adolescentes ou mesmo adultos, por desconhecimento dos riscos, não têm receio e tentam alimentá-los ou tocá-los. Isso aumenta muito o perigo”.
Caso ocorra algum acidente envolvendo mamíferos silvestres, é fundamental lavar imediatamente o local da mordida ou arranhão com água e sabão e procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível. Informar detalhadamente o ocorrido aos profissionais de saúde é essencial para avaliação da necessidade de vacinação, soro ou ambos.
O CRMV-RJ reforça a importância de respeitar a fauna silvestre e evitar interações que possam colocar em risco tanto as pessoas quanto os animais. A preservação da vida e o respeito às normas de segurança são essenciais para evitar novos casos de raiva humana no país.
Fonte: CRMV-RJ, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
