Por que isso acontece?

Os fatores de risco para a doença de Alzheimer de início precoce são semelhantes aos de início tardio.

Por exemplo, baixos níveis de condicionamento cardiovascular e menor capacidade cognitiva no início da idade adulta foram associados a um risco oito vezes maior de desenvolver Alzheimer precoce. No entanto, ainda não entendemos completamente todos os fatores que influenciam as chances de uma pessoa ter a doença.

Um aspecto em que os especialistas concordam é que a genética desempenha um papel em cerca de um em cada dez casos de doença de Alzheimer de início precoce. Até agora, três genes (APPPSEN1 e PSEN2) foram associados à enfermidade.

Esses genes estão todos relacionados a uma proteína tóxica que se acredita contribuir para a doença de Alzheimer (conhecida como beta-amilóide). Quando esses genes se tornam defeituosos, há um acúmulo de beta-amilóide, que está ligado ao aparecimento dos sintomas.

Evidências crescentes sugerem que também pode haver uma ligação entre uma lesão cerebral traumática e doença de Alzheimer de início precoce.

O que as pessoas podem fazer

No Reino Unido, as pessoas diagnosticadas com doença de Alzheimer de início precoce podem receber medicamentos prescritos que ajudam a controlar os sintomas.

Já nos Estados Unidos foram aprovadas duas terapias que podem retardar a progressão dos sintomas. No entanto, elas foram testadas apenas em pessoas com doença de Alzheimer de início tardio — por isso ainda é incerto se eles terão um efeito nesse outro quadro.

As pessoas que têm histórico familiar de demência ou estão preocupadas com o risco podem fazer um teste genético por meio de uma empresa privada. Isso confirmará a presença dos genes relacionados ao problema. Esses testes podem ser realizados para aqueles que já apresentam sintomas ou para indivíduos com histórico familiar que desejam conhecer seu prognóstico futuro.

Embora não seja possível modificar a genética se você estiver em maior risco, algumas pesquisas apoiam a ideia de que você pode fortalecer o cérebro contra a doença por meio de um estilo de vida mais saudável.

Um estudo descobriu que, quando pessoas geneticamente predispostas ao Alzheimer de início precoce se exercitavam por mais de duas horas e meia por semana, elas pontuavam melhor em testes de memória do que aquelas que não eram fisicamente ativas.

Além de ser mais ativo, as escolhas alimentares também podem reduzir o risco de Alzheimer de início jovem. Um estudo italiano revelou que pessoas que consumiam altos níveis de vegetais, frutas secas e chocolate apresentavam menor risco.

*Mark Dallas é professor associado de Neurociência Celular da Universidade de Reading, no Reino Unido.

**Esta história foi publicada originalmente no site The Conversation e é publicada aqui sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original, em inglês, aqui.