O diabates é uma doença que já acompanha a humanidade há algum tempo: O papiro Ebers é o primeiro documento conhecido a fazer referência a uma doença que se caracterizava por emissão freqüente e abundante de urina, sugerindo até alguns tratamentos à base de frutos e plantas. O tratamento do diabetes, que avançou muito ao longo dos anos, tendo em vista a descoberta do papel da insulina. Assim, ao longo dos anos, as formulações de insulina evoluíram, entretanto o método de administração permaneceu inalterado: o paciente administra suas doses de forma subcutânea, por meio de bombas ou agulhas, conforme indicação do médico. Porém, há tempos se avalia a utilização da insulina inalável ou insulina Technosphere – uma forma de tratamento recente, com tecnologia avançada, que tem ação ultrarrápida
De acordo com o Dr. Freddy Eliaschewitz, assessor científico da Sociedade Brasileira de Diabetes, a insulina inalável tem um perfil de ação único e muito mais rápido do que a insulina administrada de forma subcutânea. “Mesmo a mais rápida das insulinas começará a agir, até ser absorvida pela pele, dentro de meia hora ou quarenta minutos, e seu efeito terá duração de 4 ou 5 horas. A insulina inalável é absorvida rapidamente pela corrente sanguínea e começa a agir em 10 minutos, com pico de ação em 15 minutos, e um efeito que dura de 2 a 3 horas”, comenta.

Número de brasileiros com diabetes cresceu 61,8% em 10 anos. (Foto: Reprodução)
O efeito é o mais semelhante ao do pâncreas de um ser humano sem diabetes, porém, o desenvolvimento desse tipo de insulina é desafiador e custoso. “Até então, os inaladores que conhecíamos só eram capazes de levar partículas até os brônquios, mas, no caso da insulina, ela precisaria chegar ao alvéolo. Também é necessário que a partícula tenha exatamente entre 1 e 3 mg. Se ela for mais pesada que isso, pode ser depositada na boca. Se for mais leve, pode ser eliminada na expiração. Dessa forma, ela nunca ficaria depositada onde deveria para ter o efeito correto no organismo”, explica.
A insulina Technosphere, apesar de inovadora para o tratamento do diabetes, ainda não está disponível no Brasil. O inalador já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém a aprovação do registro final do produto ainda se encontra em análise. “A insulina abre um novo leque de possibilidades terapêuticas para o emprego da insulina em adultos com diabetes”, frisa o Dr. Eliaschewitz.
Para discutir essas e outras importantes tecnologias utilizadas para o tratamento do diabetes, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) promove, entre 25 e 27 de abril, o Simpósio Internacional de Tecnologias em Diabetes (SITEC), no Hotel Pullman Vila Olímpia, em São Paulo/SP. Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Essa e outras tecnologias estarão em discussão no SITEC, que tem inscrições online abertas até 17 de abril. No evento, especialistas estarão reunidos para falar sobre pâncreas artificial, telemedicina, sensor de glicose implantável, entre outros temas de grande relevância. Após a data, só serão aceitas inscrições no local.
Simpósio Internacional de Tecnologias em Diabetes
Inscrições: www.sitec.med.br
Data: 25 a 27 de abril
Local: Hotel Pullman Vila Olímpia
Endereço: R. Olimpíadas, 205 – Vila Olímpia, São Paulo – SP