Em vídeo divulgado pela UNESP, Alexandre Reily Rocha, pesquisador do Instituto de Física Teórica da Unesp (IFT-Unesp), protagoniza o episódio da websérie de vídeos HPC Spotlight. Antes do grafeno ser descoberto, acreditava-se que a existência de um material bidimensional de longo alcance, ou seja, caso um material fosse verdadeiramente bidimensional ao ser “esticado”, seus átomos ficariam alinhados e ordenados de tal forma que não seria possível sua existência. Assim, partindo desta lei da física, o grafeno é o grafite “esticado”, que funcionou por muito tempo como uma ponta de microscópio eletrônico, segundo Alexandre. O grafite é formado por diversas camadas de carbono, organizadas em formato de colmeia; já o grafeno, é uma camada simples e organizada desses carbonos.
Assim, o grafeno possui propriedades muito particulares: é composto por átomos de carbono, que estabelecem relações químicas extremamente resistentes, além de serem bons condutores de calor e eletricidade. O grafeno é então uma descoberta bastante especial no campo da física da matéria condensada, como explica Alexandre. O pesquisador também coloca que uma das linhas de ideias para pesquisa com grafeno é o sequenciamento de DNA, e este elemento em particular é de extrema importância para o futuro da medicina.
Atualmente, o sequenciamento de DNA é realizado com técnicas avançadas, porém custosas e que requerem alto nível técnico para seu desenvolvimento. Segundo Alexandre, atualmente se faz com o método de Sanger, desenvolvido pelo britânico Frederick Sanger na década de 70. O método de Sanger é ótico, além de ser complexo por ser constituído de diversas etapas. Assim, uma das ideias de utilização do grafeno é que ele possa baratear o custo destes tipos de análises, para possibilitar diagnósticos e tratamentos cada vez mais específicos e eficazes. “Para que você possa chegar no médico e dizer ‘Ah vamos fazer um sequenciamento do seu DNA para identificar todas as suas possibilidades de doenças'”, sugere Alexandre. Além disso, o pesquisador também avalia a importância da pesquisa neste campo para possibilitar, por exemplo, terapias dirigidas para cada indivíduo, testando através do sequenciamento se determinada droga terá o efeito desejado ou não.
Para o professor, é preciso encontrar uma nova metodologia que possa reduzir drasticamente o custo atual dos testes de sequenciamento de DNA, e para isso é necessário algo totalmente diferente e inovador do que se enxerga hoje. Assim, Alexandre deposita suas expectativas no avanço das pesquisas com grafeno.
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