Aplicações com Inteligência Artificial (IA) ajudarão a prever como pacientes individualmente responderão às imunoterapias antes do tratamento, de forma mais segura e precisa
A GE Healthcare e o Centro Médico da Universidade Norte-Americana Vanderbilt (VUMC – Vanderbilt University Medical Center) anunciaram hoje uma parceria de cinco anos para tornar imunoterapias para câncer mais seguras e precisas. Diversas ferramentas serão desenvolvidas com o objetivo de prever a eficácia do tratamento imunoterápico e seus efeitos adversos antes que a terapia seja administrada em um paciente. Isso possibilitaria que os médicos direcionassem com mais precisão o tratamento, evitando procedimentos que possam ser prejudiciais, ineficazes e dispendiosos.
Imunoterapias usam o sistema imunológico para reconhecer e atacar as células cancerígenas e podem ser mais eficazes que os tratamentos tradicionais, porém, as taxas de resposta são frequentemente baixas e os efeitos colaterais podem ser graves[1]. Por isso, a GE Healthcare e o VUMC analisarão as informações de pacientes que foram anteriormente submetidos a tratamentos no VUMC, utilizando de forma anônima dados demográficos, genômicos, tumorais, celulares, proteômicos e de imagem. A partir desses dados serão desenvolvidos aplicativos baseados em IA para ajudar os médicos a identificar o tratamento mais adequado para cada paciente.
Simultaneamente, a GE Healthcare e o VUMC desenvolverão novas substâncias usadas como meios de contraste em tomografia, que, juntamente com os aplicativos, auxiliarão os médicos a classificar pacientes com câncer para testes clínicos. Atualmente, leva-se em média 12 anos[2] e custa quase US$ 2 bilhões[3] para lançar um medicamento no mercado. Em muitos casos, a escolha incorreta de pacientes para os testes de imunoterapia geram gastos desnecessários e atrasam o desenvolvimento de novas terapias. Por isso, espera-se que os contrastes na tomografia também possam ser usados para monitorar a eficácia das imunoterapias durante o tratamento.
“A imunoterapia é muito promissora, mas dada a atual imprevisibilidade das reações de alguns pacientes, ela também está associada ao aumento de problemas de saúde e de custo. Esta parceria oferece a oportunidade de alavancar os pontos fortes de ambas as organizações para personalizar ainda mais o tratamento do câncer, criando novas ferramentas que permitam aos médicos antecipar com mais precisão como os pacientes responderão a uma terapia específica”, explica Jeff Balser, MD, PhD, presidente e CEO do Centro Médico da Universidade Vanderbilt e Reitor da Faculdade de Medicina da Universidade Vanderbilt.
“A GE Healthcare e a Vanderbilt combinarão seus recursos de ciência de dados, genômica, imagem e análise celular para melhorar a tomada de decisões clínicas. Essa parceria é um ótimo exemplo da crescente convergência de ferramentas, tecnologias e dados usados por inovadores em terapias e provedores de serviços de saúde”, afirma Kieran Murphy, presidente e CEO da GE Healthcare.
A parceria também prevê que a GE Healthcare ofereça sua automação e tecnologia digital ao centro de transplante de células-tronco de alto volume da Vanderbilt, chamado Vanderbilt-Ingram Cancer Center. As tecnologias melhorarão a produtividade, a eficiência e o custo das operações de transplante de células-tronco, automatizando processos, digitalizando o fluxo de trabalho, melhorando a produtividade e transformando as operações.
O primeiro protótipo de aplicativo analítico estará disponível até o final de 2019 e a prova de conceito do novo contraste para tomografia será apresentada até o final de 2020.
Referências
[1] https://www.cancer.net/blog/2018-02/what-you-need-know-about-immunotherapy-side-effects
[2] https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2452302X1600036X
[3] https://www2.deloitte.com/us/en/pages/life-sciences-and-health-care/articles/measuring-return-from-pharmaceutical-innovation.html