Doenças silenciosas em cães e gatos: como identificá-las e quais os primeiros passos?

Visitas regulares ao médico-veterinário são fundamentais para detectar precocemente os sintomas de diferentes doenças que podem acometer os pets

Os animais de estimação podem sofrer com diversas doenças, sejam elas de origem viral, bacteriana, fúngica e muito mais. Contudo, nem todas possuem sintomas claros e são fáceis de perceber em casa.

De acordo com a médica-veterinária do Hospital Veterinário Taquaral, Bruna da Silva Pinto, os animais de meia idade e idade avançada estão mais predispostos a desenvolver doenças silenciosas. Porém, existem exceções, como é o caso das patologias virais e parasitárias, no qual não há predisposição etária ou de gênero.

Os tutores são grandes aliados para identificar os primeiros sinais dessas doenças. “Uma rotina fixa favorece a observação minuciosa dos pets em casa. Deve-se sempre prestar atenção em qualquer alteração de comportamento e mudanças na ingestão de água ou alimento, urina, fezes e até se algo foi alterado na rotina”, esclarece a especialista.

Também é importante realizar visitas regulares ao médico-veterinário e fazer check-ups de tempos em tempos. Conforme explica Bruna, durante a consulta, o profissional irá realizar o exame físico, coletar informações importantes para a triagem de doenças e podem ser solicitados exames laboratoriais e de imagem conforme o quadro do animal.

Quais são as principais doenças silenciosas nos cães e gatos?
A lista de doenças silenciosas que podem acometer os pets é extensa, mas não é preciso se desesperar, pois algumas possuem sintomas simples de detectar em casa.

Segundo a veterinária, as doenças articulares, muitas vezes, estão associadas a processos degenerativos decorrentes da idade. Elas podem levar os animais a terem relutância em se movimentar ou dificuldade para acessar regiões que, antes, iam com facilidade.

Já a doença renal crônica, que pode se desenvolver em cães e gatos, possui como sinais clínicos aumento da ingestão de água e do volume urinário, vômitos recorrentes e perda de massa muscular. “Os episódios de vômito também podem estar associados a hepatopatias, que são afecções no fígado”, ressalta.

Juliana ainda explica que as cardiomiopatias, conhecidas como doenças do coração, são capazes de gerar crises de tosse esporádicas, especialmente à noite ou após a ingestão de água, indisposição, intolerância ao exercício, engasgos e cianose, que é quando a língua fica mais arroxeada.

“As doenças de origem endócrina, como hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo, hipertireoidismo e diabetes, são as que mais geram sintomas variáveis e causam alterações na rotina. Nelas é possível notar mudanças na qualidade do pêlo, massa muscular e temperamento. Especificamente na diabetes, é possível ver animais mais letárgicos, com sobrepeso e ingerindo mais água”, explica a especialista.

Além disso, até as verminoses podem ser consideradas doenças silenciosas, assim como as neoplasias, comumente chamadas de câncer, FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) e FELV (Vírus da Leucemia Felina).

“Portanto, como os cães e gatos não falam, é importante observar qualquer alteração que eles possam apresentar e informar o veterinário para favorecer um diagnóstico precoce”, finaliza a especialista.

Matéria – Revista Cães&Gatos, Por Danielle Assis