Diagnóstico 5.0: a Inteligência Artificial Reinventando a Saúde!

A ADLM, Associação de Medicina Diagnóstica Laboratorial reúne todos os anos os principais atores do segmento laboratorial – sejam patologistas clínicos, farmacêuticos, laboratórios, indústrias e acadêmicos neste congresso gigantesco. Os números realmente impressionam: mais de 18 mil pessoas, 800 expositores e mais de 250 oportunidades de aulas, sessões plenárias, workshops e mesas redondas.

Uma das sessões que vêm se consolidando como um compromisso obrigatório para os brasileiros é a Missão Brasileira.

Este ano, com o foco em Inteligência Artificial (IA) e seu impacto potencial para a melhoria do acesso à saúde, a CBDL – Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, em parceria com várias outras entidades do setor (SBAC, SBPC/ML e ABRAMED), organizou no dia 28 de julho, a 2ª Missão Brasileira à ADLM em Chicago, onde se reuniu, na última semana de julho, o “universo do diagnóstico laboratorial”. Com mais de 120 participantes, a agenda deste ano surpreendeu positivamente pela diversidade das apresentações, todas de alto nível. Tendências no Cenário Tecnológico A primeira palestra “Desvendando a Revolução da IA na Saúde: Tendências no Cenário Tecnológico”, proferida pelo Prof. Dr. Renan Leonel, diretor de AI. STI do Leir Institute for Business, Technology and Society, do Instituto de Tecnologia de New Jersey, mostrou como a IA pode trabalhar em diferentes frentes: tanto na descoberta de novas drogas e sistemas de Pesquisa e Desenvolvimento de Ciências da Vida, quanto na questão de Patologia Digital, Dispositivos Médicos e Diagnóstico, bem como, por fim, no monitoramento de pacientes, dados e serviços de informação. A partir da definição de IA, por Stryker e Kavlakoglu, como sendo a tecnologia que habilita computadores e máquinas a simular o aprendizado humano, compreensão, solução de problemas, tomada de decisões e autonomia, Leonel apresentou toda a evolução que tem ocorrido desde a década de 1950, mostrando que o futuro, que está passando por IA Generativa, Inovação de livres fontes, integração multimodal e podendo chegar, muito em breve, em agentes de IA autônomos! Para monitorar a evolução o Leir Institute tem se baseado muito mais nos pedidos de patentes do que nas patentes concedidas (já que são do passado!).

E de fato, tais patentes demonstram a ocorrência crescente de sistemas multiplataformas e validados por humanos. Nesta verdadeira revolução, temos vários diagnósticos médicos, drogas recém descobertas e imagem e radiologia apontando como líderes, depois de anos desenvolvendo telemedicina e medicina de precisão. Apresentou como destaques: Diagnósticos IA Multimodais, Patologia Digital IA, Biosuperiores IA (na descoberta de novas drogas). O fato é que todas estas inovações estabelecem novos paradigmas que abrem uma nova janela estratégica para países como o Brasil, que podem usá-la como ferramenta para entrada em novos mercados, se usá-las como oportunidade de adoção tecnológica, aproveitando as oportunidades de inovação. O Impacto de IA nos serviços e na cadeia logística

A segunda apresentação do evento foi realizada por Felipe Selistre e Gustavo Saraiva, executivos da Luft Logística, que apresentaram a grande evolução do setor – até pouco tempo, mero coadjuvante e que hoje pode fazer toda a diferença para o negócio, graças à aplicação de tecnologia avançada.

De fato, comprovaram como as empresas que tratam a logística como inteligência operacional, estão prontas para liderar na era da IA. Discorreram como tem ocorrido a evolução do segmento, passando por três etapas bem distintas: 1) transformação digital – que é o ponto de partida para uma logística mais eficiente e conectada; 2) habilitação para IA – que é a logística inteligente e preditiva e 3) IA em primeiro lugar – IA no comando: decisões automatizadas para uma cadeia de fornecimento mais inteligente. O Diagnóstico do Amanhã Por fim, a terceira apresentação feita em conjunto por Kristin Pothier, VP e líder de Estratégia e do Setor Global de Life Sciences, e Joe Zaccaria, Diretor, ambos da KPMG, mostrou de forma brilhante como a Comunidade de Diagnóstico Laboratorial continua a promover inovação, mesmo em um período de grande incerteza. Mostraram que apesar de questões geopolítica sérias, os avanços acontecem em áreas terapêuticas complexas, com biomarcadores de IA e ultrassensíveis, crescimento de laboratórios de especialidades, automação avançada para laboratórios, e tecnologias de sequenciamento emergentes. Chamaram a atenção para os negócios que têm surgido mostrando os avanços na era pós-genômica, outras transações que têm ocorrido entre empresas de vários países, além da tendência de expansão para testagem de especialidades. Mostraram também dois fatos interessantes: o aumento de transações envolvendo a aquisição de grandes bases de dados (ou empresas com plataformas bem evoluídas neste sentido) e as compras envolvendo empresas em situação falimentar, como objeto de aquisição por compradores da área financeira ou mesmo estratégicos.

Em termos de tecnologia, os destaques foram para biópsia líquida, NGS – sequenciamento de próxima geração, com equipamentos cada vez mais evoluídos. Neste sentido, a evolução tem sido extremamente favorecida pela IA aplicada e dirigida também para a automação de processos em laboratórios. Após as três palestras, foi aberto por Carlos Eduardo Gouvêa, presidente executivo da CBDL, o debate que se estendeu até a cerimônia oficial de assinatura do Memorando de Entendimento com o Leir Institute para colaboração em pesquisa, estudos e outros projetos envolvendo diagnóstico e IA no Brasil.

Visita à NM

Em 29 de julho logo pela manhã, a delegação brasileira foi visitar os diversos laboratórios da Northwestern Medicine University, em Chicago, com intensa troca de experiências e casos. Laboratórios de Patologia, Genômica e Banco de Sangue, foram os que mais chamaram a atenção dos participantes.

Mais informações no site 

www.cbdl.org.br 

 

Carlos Eduardo Gouvêa – Presidente executivo da CBDL