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Notícias

Dia Mundial Do Diabetes: Hipoglicemia pós-prandial e os problemas com o diagnóstico

A hipoglicemia pós-prandial frequentemente gera dúvidas e erros tanto no diagnóstico quanto no seguimento dos pacientes. Talvez seja a condição endocrinológica mais incorretamente diagnosticada. A seguir, os equívocos mais comuns e qual a abordagem considerada correta a luz do conhecimento médico atual.

Equívoco 1: A hipoglicemia pós-prandial é uma doença comum.

Hipoglicemia pós-prandial é o descritor do momento em que ocorre a hipoglicemia (até 4 horas após uma refeição) e não uma doença propriamente dita. A hipoglicemia pós-prandial é causada por doenças pouco frequentes como síndrome pós-cirurgia bariátrica, intolerância hereditária à frutose, insulinoma ou síndrome pancreatogênica hipoglicêmica não-insulinoma. Já ouviu falar em alguma delas? Diversos pacientes que procuram assistência médica por sintomas que acontecem após a alimentação como ansiedade, fraqueza, tremor, sudorese ou palpitações, na realidade têm diagnósticos bem mais comuns como síndrome pós-prandial, transtornos de ansiedade, síndrome do intestino irritável, intolerâncias alimentares, até mesmo enxaqueca. Ou seja, além de pouco frequente a hipoglicemia pós-prandial é muitas vezes diagnosticada de forma errada.

Equívoco 2: A hipoglicemia pós-prandial é diagnosticada através de curvas de glicose e insulina.

Eis um erro muito frequente! O paciente sintomático é avaliado através de uma curva com diversas medidas de glicose e insulina coletadas após uma sobrecarga de carboidratos. Caso a glicose baixe ou a insulina suba, o paciente é taxado como hipoglicêmico. Isto está incorreto!

Diversos estudos mostram que até 10% das pessoas normais quando são submetidas a curvas após sobrecargas de açúcar apresentam quedas dos níveis de glicose até valores abaixo de 50 mg/dL sem prejuízo algum para a saúde. Além disso, as curvas têm pouca relação com os sintomas. Isto é, paciente com valores de glicose considerados normais ou altos podem ter sintomas e paciente com valores considerados hipoglicêmicos podem não ter queixa alguma. Outro ponto interessante é que em alguns pacientes os sintomas podem ser desencadeados por placebo, isto é, uma substância inerte, sugerindo um fundo emocional para o quadro. Por fim, dosagens de cortisol e adrenalina realizadas durante estas curvas não se mostraram alteradas durantes os sintomas, o que sugere que eles não sejam causados por hipoglicemia.

A maneira correta de se diagnosticar qualquer tipo de hipoglicemia é através da tríade de Whipple. Para que um paciente seja considerado hipoglicêmico deve apresentar três critérios: sintomas compatíveis, dosagem de glicose abaixo de 50 mg/dL no momento dos sintomas em laboratório (não vale teste de ponta de dedo) e melhora dos sintomas quando a glicose volta a subir. Geralmente um paciente com sintomas suspeitos de hipoglicemia é orientado a comparecer a um laboratório após uma refeição habitual e lá permanecer por até 5 horas. Caso haja sintomas, deverão ser coletadas amostras para glicose, insulina, peptídeo C e pró-insulina. Após esta coleta, são administrados carboidratos e se observa a resolução dos sintomas. Caso se confirme a hipoglicemia, o paciente deverá ser investigado para as causas específicas para poder receber o tratamento apropriado.

Equívoco 3: Pacientes com hipoglicemia pós-prandial devem restringir açúcares ou ficarão diabéticos.

Como exposto anteriormente diversos pacientes recebem o diagnóstico errado e, consequentemente, o tratamento também. Por exemplo, um paciente com transtorno de ansiedade deve ser encaminhado para acompanhamento psiquiátrico e não ter a dieta modificada. Os raros casos de hipoglicemia pós-prandial deverão receber o tratamento conforme a doença de base. Por exemplo, um paciente com insulinoma deverá operar o tumor do pâncreas, já que a dieta ajudará muito pouco no manejo dos sintomas.

Se você tem sintomas após as refeições ou recebeu diagnóstico de hipoglicemia pós-prandial ou reativa, procure um endocrinologista de sua confiança e faça uma revisão. Como vimos equívocos são frequentes e nem sempre as coisas são o que parecem ser.

 

Texto por:

     Dr. Mateus Dornelles Severo

  • CREMERS 30.576
  • Médico Endocrinologista
  • Doutor em Endocrinologia/UFRGS

Sociedade Brasileira de Diabetes.

 

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