Visão geral de privacidade
Este site usa cookies para melhorar sua experiência enquanto você navega pelo site. Destes, os cookies categorizados conforme necessário são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. Também usamos cookies de terceiros que nos ajudam a analisar e entender como você usa este site. Esses cookies serão armazenados no seu navegador apenas com o seu consentimento. Você também tem a opção de desativar esses cookies. Mas a desativação de alguns desses cookies pode afetar sua experiência de navegação.
Os cookies necessários são absolutamente essenciais para o bom funcionamento do site. Esses cookies garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site, anonimamente.
Os cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

No cookies to display.

Os cookies de desempenho são usados ​​para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência de usuário aos visitantes.

No cookies to display.

Os cookies analíticos são usados ​​para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas de número de visitantes, taxa de rejeição, origem de tráfego, etc.

No cookies to display.

Os cookies de publicidade são usados ​​para fornecer aos visitantes anúncios e campanhas de marketing relevantes. Esses cookies rastreiam os visitantes em sites e coletam informações para fornecer anúncios personalizados.

No cookies to display.

Outros cookies não categorizados são aqueles que estão sendo analisados ​​e ainda não foram classificados em uma categoria.

No cookies to display.

Notícias

Confira mais sobre o que foi discutido no 53º CBPC/ML

Especialistas discutem alterações nas funções da tireoide

Na manhã do segundo dia do 53º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica Medicina Laboratorial, uma mesa redonda discutiu as alterações nas funções da tireoide, incentivada pela pesquisa da SBPC/ML que revelou que 74% dos pacientes com problemas crônicos na glândula controlam a doença por meio de exames laboratoriais.

O Dr. Marcelo Cidade Batista, endocrinologista clínico membro da SBPC/ML, supervisor do Laboratório de Hormônios do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, compôs o debate ao lado  da pesquisadora associada ao Laboratório de Endocrinologia Molecular e Translacional (LEMT) da disciplina Endocrinologia do Departamento de Medicina da Unifesp Maria Izabel Chiamolera e William Pedrosa de Lima, assessor científico na área de Endocrinologia do Instituto Hermes Pardini.

Maria Izabel Chiamolera fez um panorama sobre o diagnóstico clínico de disfunções na tireoide. Ela começou explicando sobre alterações hormonais, mostrando como o diagnóstico pode ser difícil por conta do ponto de equilíbrio individual. Começando pelo hipotireoidismo, Chiamolera trouxe dados, citando que é uma condição relativamente comum, que prevalece em torno de 2% em mulheres e 0,2% em homens. Segundo ela o hipotireoidismo primário, ocorre em 95% do total de casos, enquanto o central acomete apenas 0,005% da população geral. Já o hipotireoidismo congênito responde por 1 em cada 4.000 a 5.000 recém-nascidos.

Ela também abordou o hipertireoidismo. Entre as causas dependentes da produção aumentada do hormônio, 80% provem da Moléstia de Basedow-Graves. Há também causas independentes da produção aumentada, como a tireoidite de Hashimoto, a subaguda, a tirotoxicose factícia, a tirotoxicose por Hamburger e o teratoma ovariano.

William Pedrosa de Lima falou em seguida sobre os métodos e interferentes da glândula, começando pelo primeiro teste – do TSH (hormônio estimulante da tireoide). Na avaliação clínica, são levados em conta, segundo ele: imunização recente, transfusão, doença autoimune, terapia monocional e contato com animais. Ao longo da apresentação, ele discorreu também sobre os meios de detecção das interferências.

Por fim, Marcelo Cidade Batista mostrou como interpretar os resultados dos exames laboratoriais relativos à tireoide. Ele iniciou a fala listando testes para pesquisar hiper e hipotireoidismo, testes para pesquisar doença tireoidiana e autoimune, e testes para  pesquisar câncer de tireoide. Em sua exibição, Batista prolongou-se também na interpretação do TSH + T4 livre e suas variações, relacionadas ao hiper, hipo e eutireoidismo. Além disso, Batista alertou para as alterações hormonais da gestação. Através de um fluxograma, resumiu como os níveis de TSH encaminham aos diagnósticos.

Na abertura ao público, uma congressista questionou qual o melhor horário para a coleta. Chiamolera respondeu que há preferência pelo período da manhã e recomendou repetir o teste se houver muita variação nos níveis hormonais. A pergunta seguinte foi sobre orientações para os níveis de HCG nos testes laboratoriais e Pedrosa de Lima destacou que o perfil clínico do HCG mudou muito nas últimas décadas. Batista contribuiu reforçando a importância de seguir as recomendações do laboratório que fornece o material.

 

Desafios do diagnóstico de doenças raras

“O Laboratório Clínico no diagnóstico das Doenças Raras” foi o tema da mesa redonda apresentada no segundo dia de atividades do 53º CBPC/ML. O Ministério da Saúde considera como Doença Rara aquela que afeta até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos. Em 2016, foram habilitados sete estabelecimentos de saúde como serviços de referência em Doenças Raras pelo Ministério da Saúde. Atualmente, este número chega a oito.

Durante o evento, Márcia Gonçalves Ribeiro, professora associada de genética clínica do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ, falou sobre o “Diagnóstico Pré-Concepcional”. “O aconselhamento genético é o primeiro passo para o tratamento. O geneticista precisa da família para pesquisar e avaliar o problema e identificar o histórico da doença. A interação do clínico com o laboratório é muito importante”, comentou. O painel molecular possibilita a pesquisa de algumas mutações. Considerado o “hemograma da genética”, o cariótipo é um exame que pode determinar as alterações cromossômicas.

Jorge Rezende Filho, professor titular da Faculdade de Medicina da UFRJ, abordou o Diagnóstico Pré-Natal das Doenças Raras. Os testes durante esta fase são de rastreamento e existem alguns fatores de risco como a idade materna e paterna avançada, pais portadores de um distúrbio genético, portadores de rearranjos cromossômicos e anormalidades estruturais identificadas pela ultrassonografia. Além da idade materna, o teste do 1º trimestre combinado avalia a TN e dois marcadores bioquímicos: proteína plasmática associada à gravidez (PAPP-A) e beta hCG livre.

O “Diagnóstico Pós-Natal” foi a palestra ministrada pela pediatra e geneticista do Departamento de Pediatria (Unifesp), Cecília Micheletti. A médica mencionou a portaria 199, de 30 de janeiro de 2014, que instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, aprovou as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e instituiu incentivos financeiros de custeio.

Cecília falou sobre a importância do laboratório clínico no processo de triagem neonatal e enfatizou a necessidade de rapidez no fluxo de resultados e convocações. “Os resultados anormais devem ser comunicados o mais rápido possível para que os testes e diagnósticos sejam realizados. O tempo para início do tratamento é de suma importância para a prevenção da morbimortalidade e sequelas”, complementa.

 

Espermograma e exames complementares apontam causa da infertilidade

A infertilidade masculina é consequência da alteração na produção dos espermatozoides e o diagnóstico para este problema é feito através do espermograma. Para falar sobre este exame, Fábio Brazão, patologista clínico e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, foi responsável por conduzir um Encontro com Especialista, no segundo dia de atividades do 53º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial.
O espermograma avalia o sêmen e a capacidade produtiva masculina levando em conta a quantidade e qualidade do espermatozoide. É necessária abstinência sexual e de masturbação de 2 a 7 dias para cada coleta, que deve ser realizada em uma sala especifica para esta finalidade e com privacidade. A coleta é feita em frasco fornecido pelo laboratório, com a data e hora da coleta e, no momento da entrega do material, o paciente preenche um questionário.

O sêmen passa pela análise macroscópica e microscópica. A análise macroscópica avalia cor, aspecto, tempo de liquefação, volume, viscosidade e PH. A microscópica utiliza como parâmetro concentração por ml, concentração total, motilidade progressiva, motilidade não progressiva, imóvel e critérios estabelecidos por Kruger.

Os resultados do exame permitem que os especialistas encontrem as causas dos problemas e façam o planejamento adequado para cada paciente. Varicocele, hipertensão, uso de drogas e tabagismo estão entre os fatores que podem causar a infertilidade masculina. Com base no espermograma, os médicos podem solicitar outros exames para complementar o diagnóstico e determinar o melhor tratamento. Algumas vezes, o paciente realiza o exame sob stress e, dependendo da avaliação, pode ser indicada a repetição do teste após 15 dias.

 

Conferência magna faz jus ao tema do 53º CBPC/ML “Fazendo o Futuro Acontecer”

Uma das atividades mais esperadas pelos congressistas do 53º CBPC/ML era a conferência magna que foi conduzida por Lívia Eberlin, a cientista brasileira que desenvolveu a caneta que detecta tecido canceroso durante cirurgias, através da espectrometria de massas.

A professora da Universidade da Universidade do Texas em Austin, explicou que o projeto começou há quatro anos, com o objetivo de proporcionar uma análise de tecido em tempo real para os cirurgiões. Atualmente a avaliação é feita através de uma amostra ex vivo, ou seja, já retirada do paciente, que é levada para um laboratório anexo à sala de cirurgia, onde um patologista analisa o material, enquanto o cirurgião aguarda o resultado com o paciente na mesa. O processo pode levar de 30 minutos a uma hora para ser finalizado. Segundo a especialista, a margem de erro desta análise é de 30% para câncer de pâncreas, por exemplo.

Com a MasPec Pen, nome do dispositivo desenvolvido por Lívia Eberlin, é possível identificar células de tecido canceroso em apenas 10 segundos. “O aparelho pode ser utilizado pelo próprio cirurgião e permite identificar rapidamente as margens negativas garantindo a remoção total de tumores sólidos”, afirmou.

A caneta é produzida através de impressão 3D, com materiais biocompatíveis, é esterelizável e descartável. Ela é conectada através de um tubo ao espectômetro de massa, onde a análise é feita. O aparelho conta com um pedal, que é responsável por ativar o processo, que ao ser finalizado emite um sinal sonoro. Um monitor exibe o resultado da composição celular do tecido avaliado de forma bastante didática e clara.

A heterogeneidade dos tecidos, mesmo em amostras consideradas “normais”, foi um ponto levantado e considerado crucial para o projeto. Por isso, uma espécie de tinta foi utilizada para “estampar” os mais variados tipos de tecido, considerando até mesmo aqueles que sofreram efeitos como da quimioterapia pré-cirúrgica, com inflamação ou necrose.

Também foi esclarecido que o sangue decorrente da cirurgia não atrapalha o processo de atividade da MasPec Pen, desde que não seja abundante. E sobre a solução salina, é recomendado que seja substituída apenas por água, para que não haja interferência.

Segundo Lívia Eberlin, atualmente o dispositivo está em fase de testes e já foi utilizado em mais de 100 cirurgias de remoção de diversos tipos de tumores, principalmente de mama. Todos os procedimentos foram bem-sucedidos, sem complicações, nem registro de eventos adversos para os pacientes. “Agora seguimos nesse trabalho de validação, buscando parcerias para podermos realizar o maior número de testes possível. Pretendo buscar apoio e parceria de hospitais do Brasil, para viabilizar o projeto e espero que logo a tecnologia esteja apta para uso e disponível para aplicação e atendimento aos pacientes”, afirmou a professora.

@2020 – Todos os Diretors Reservados,  Newslab. por Fcdesign