As alergias são um problema cada vez mais comum nos cães e gatos. A causa ainda não é totalmente esclarecida, mas pode estar relacionada às mudanças de manejo desses animais. Isso é o que afirma a médica-veterinária com especialização em Dermatologia Veterinária, Juliana Caltabellotta Gomes Morad.
“Hoje, os pets vivem muito mais dentro de casa do que antigamente e esse pode ser um motivo das alergias. Porém, inúmeros outros fatores estão sendo estudados para descobrir quais são as verdadeiras causas”, explica.
Segundo a especialista, nos cães, as doenças alérgicas mais comuns são a dermatite atópica, dermatite alérgica à picada de ectoparasitas, alergia alimentar e a dermatite de contato. “Por outro lado, nos gatos, as principais causas de alergia são a síndrome atópica felina, dermatite alérgica à picada de pulgas e mosquitos e a alergia alimentar”, elucida
De acordo com a veterinária, existem algumas raças, que possuem maior predisposição para ter alergias, especialmente quando se fala em cães. Juliana cita como principais no Brasil Shih-Tzu, Lhasa Apso, Golden Retriever, Bulldog Francês e Inglês, Yorkshire, Pug, Maltês, Beagle, West Highland White Terrier e American Bully.
“Como uma das bases da doença alérgica é a genética, isso explica muita coisa. Contudo, é importante ressaltar que essas diferentes raças costumam ter manifestações clínicas diferentes”, frisa.
Os cães da raça Shih-tzu, por exemplo, normalmente possuem a pele mais oleosa e apresentam infecções secundárias pelo agente Malassezia sp. Já o Bulldog Francês, tem muita pododermatite, que é a alergia nas patas, e foliculite bacteriana, exemplifica.
Principais sinais de alergia
De acordo com a médica-veterinária, o principal sintoma da doença alérgica é a coceira, que pode se manifestar, inclusive, como lambedura frequente nas patas e arrancamento dos pelos do corpo com a boca.
“Em cães, conforme o quadro vai evoluindo, a pele se torna mais eritematosa (avermelhada) e, quando a doença alérgica é crônica, pode ficar escurecida. Outros sintomas comuns são otites recorrentes, mal odor e alopecia, que é a perda de pelos”, explica.
Já os gatos podem ter diferentes apresentações clínicas para a mesma doença. “Neles é possível encontrar feridas na região de cabeça e pescoço, alopecia simétrica bilateral, dermatite miliar e complexo eosinofílico”, cita a médica-veterinária.
Diagnóstico e tratamento de alergia nos pets
Não é fácil chegar a um diagnóstico de alergia nos cães e gatos. “Ainda hoje, o diagnóstico correto da causa da alergia nos animais deve ser feito por exclusão”, comenta a doutora.
Para isso, durante a triagem, deve-se analisar todas as possibilidades, como a presença de sarnas, fungos e bactérias, além das demais dermatopatias alérgicas, como a alimentar, por exemplo.
Já o tratamento irá depender da manifestação clínica e da gravidade da doença. “Falando especificamente da dermatite atópica, que é a mais comum atualmente, o que se preconiza para o tratamento é a forma multimodal. Ou seja, aliando medicações orais ou injetáveis com shampoos, cremes, pipetas e loções”, esclarece.
Juliana também reforça que é necessário evitar ectoparasitas, como pulgas e carrapatos, minimizar o uso de substâncias irritantes no ambiente em que o animal vive e não esquecer de manter uma alimentação adequada.
Matéria – Revista Cães&Gatos, Por Danielle Assis
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