Por Amanda Mizukami*
Nos últimos anos, as células mesenquimais (MSC) se tornaram de grande interesse para a terapia celular devido ao seu potencial de se diferenciar, reconstituir tecidos especializados e possuir propriedades imunomodulatórias.
As MSCs têm sido exploradas em numerosos estudos clínicos para o tratamento de doenças hematológicas, inflamatórias e autoimunes; doença do enxerto versus hospedeiro; doenças cardíacas, hepáticas, renais e pulmonares.
Além disso, as MSCs podem ser usadas para terapias autólogas e alogênicas devido à falta de expressão do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) classe II e à ausência de expressão de moléculas coestimulatórias em sua superfície. No entanto, a frequência com que essas células sāo isoladas nos tecidos é extremamente baixa, sendo mandatória a expansão in vitro para atender à demanda clínica.
Na expansão in vitro, deve-se preferencialmente garantir a reprodutibilidade, controle de todos os parâmetros de cultivo, bem como as especificações dos produtos estabelecidas como identidade, potência, pureza e segurança.
Os biorreatores podem ser usados nessa expansão, garantindo todos os requisitos acima mencionados de acordo com as boas práticas de manufatura. Na apresentação irei abordar as aplicações dessas células, todos os tipos de biorreatores atualmente utilizados para produção em larga escala das MSCs, controle de qualidade e principais desafios para translação da sua utilização para prática clínica.
Amanda Mizukami, doutora em Ciências e pós-doutoranda da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, integra a Comissão Científica e é palestrante do Simpósio de Medicina Regenerativa, que ocorre na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.