Autores: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues (Pós-PhD em Neurociências e especialista em Genômica) e Dr. Flávio Henrique dos Santos Nascimento (Médico Psiquiatra)
O estudo conduzido pelo Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em Neurociências e especialista em Genômica, e pelo Dr. Flávio Henrique dos Santos Nascimento, médico psiquiatra, investiga a relação entre atraso de linguagem e comportamentos que podem ser confundidos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa destaca a importância de um diagnóstico diferencial preciso, visto que muitas crianças com atraso de linguagem apresentam dificuldades na comunicação e na interação social, o que pode levar a confusões com sintomas do autismo.
Principais Achados do Estudo
1. Diferenças no Perfil Linguístico
– Crianças com atraso de linguagem frequentemente apresentam trocas fonológicas previsíveis, indicando Transtorno dos Sons da Fala (TSF) ou apraxia de fala.
– No TEA, além das dificuldades na linguagem, há padrões repetitivos e déficits na interpretação de emoções e interações sociais.
2. Fatores Neurológicos e Genéticos
– Regiões cerebrais como o córtex pré-frontal, amígdala e giro frontal inferior influenciam tanto a linguagem quanto a cognição social.
– O gene FOXP2, essencial para o desenvolvimento da fala, pode apresentar mutações em crianças com dificuldades na linguagem.
3. Impacto de Complicações Neonatais
– Fatores como hipóxia neonatal, prematuridade e infecções podem afetar o desenvolvimento de áreas cerebrais responsáveis pela linguagem, levando a atrasos na fala e dificuldades cognitivas.
4. Diferenciação entre Atraso de Linguagem e TEA
– Crianças com atraso de linguagem sem TEA geralmente demonstram interesse em interações sociais, mas têm dificuldades na expressão verbal.
– No autismo, além das dificuldades linguísticas, há déficits persistentes na comunicação social, na flexibilidade cognitiva e no contato visual.
5. Implicações Clínicas e Educacionais
– A correta diferenciação dessas condições é essencial para definir estratégias terapêuticas eficazes.
– Crianças com transtorno dos sons da fala se beneficiam de terapias focadas em articulação e fonologia, enquanto crianças autistas necessitam de suporte voltado para cognição social e comunicação funcional.
Conclusão
A pesquisa liderada pelo Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues com a participação do Dr. Flávio Henrique dos Santos Nascimento reforça a importância de um diagnóstico detalhado para diferenciar atraso de linguagem e TEA. Com uma avaliação criteriosa, considerando fatores neurobiológicos, genéticos e ambientais, é possível garantir um suporte adequado para cada criança, promovendo um desenvolvimento saudável da linguagem e das habilidades sociais.