Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
A Resposta Sensorial Autônoma do Meridiano (AMRS) é um fenômeno relativamente recente que tem ganhado popularidade como uma técnica alternativa para promover relaxamento e sono. Embora o método seja amplamente divulgado na internet, sua eficácia ainda é objeto de debate científico, especialmente no que diz respeito à variação de respostas entre diferentes tipos de personalidade. Este artigo visa explorar, com base nas evidências apresentadas por Fabiano de Abreu Rodrigues, como a AMRS interage com as características cognitivas e emocionais dos indivíduos, e por que sua eficácia pode ser altamente variável.
A AMRS utiliza estímulos sensoriais, como sons suaves e ritmados, para induzir um estado de relaxamento que pode culminar no sono. No entanto, a resposta a esses estímulos não é uniforme entre todas as pessoas. Indivíduos com personalidades mais histéricas, que são mais propensos a amplificar suas emoções, podem achar mais fácil atingir um estado de relaxamento profundo. Por outro lado, aqueles com traços de personalidade mais obsessivos ou com alta inteligência podem encontrar dificuldades em responder de maneira similar, pois tendem a se concentrar excessivamente nos detalhes dos estímulos, o que interfere no processo de relaxamento (Rodrigues, 2021).
O papel do Sistema Nervoso Central (SNC) é fundamental na mediação dessas respostas. O SNC atua como um filtro, selecionando quais estímulos sensoriais são relevantes e quais devem ser ignorados. Pessoas com um desenvolvimento mais acentuado no lobo pré-frontal, que está relacionado ao pensamento crítico e à análise detalhada, podem ter uma capacidade reduzida de “desligar” e simplesmente se entregar aos estímulos oferecidos pela AMRS. Isso ocorre porque sua análise constante dos estímulos impede que a inteligência emocional prevaleça, dificultando o relaxamento (Rodrigues, 2021).
Outro fator relevante é a presença de condições como a misofonia, que é a aversão a certos sons. Indivíduos com essa condição podem reagir negativamente aos sons utilizados na AMRS, sentindo irritação ao invés de relaxamento. Isso demonstra que a eficácia da AMRS não depende apenas dos estímulos sensoriais em si, mas também da maneira como esses estímulos são percebidos e processados pelo cérebro, o que está intimamente ligado à personalidade e à saúde mental do indivíduo (Rodrigues, 2021).
Em conclusão, a eficácia da AMRS é altamente influenciada pela interação entre os estímulos sensoriais e as características cognitivas e emocionais do indivíduo. Enquanto algumas pessoas podem encontrar na AMRS uma ferramenta eficaz para relaxamento e indução do sono, outras podem não experimentar os mesmos benefícios devido à sua predisposição a análises detalhadas e reações emocionais intensas. Portanto, a personalização das abordagens de relaxamento e a consideração das características individuais são essenciais para maximizar os benefícios desse método.
Referências:
‘Rodrigues, F. de A. (2021). AMRS funciona em quais tipos de personalidades? Brazilian Journal of Development, 7(2), 15772-15780. https://doi.org/10.34117/bjdv7n2-277.
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