Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
A Doença de Alzheimer, uma condição neurodegenerativa progressiva, é responsável por mais da metade dos casos de demência em idosos, representando um desafio crescente na saúde pública. Caracterizada pela perda progressiva de memória e outras funções cognitivas, essa doença impõe a necessidade de abordagens multidisciplinares para seu manejo. Entre essas, a nutrição surge como um pilar essencial não apenas na prevenção, mas também no acompanhamento dos pacientes ao longo do curso da doença.
A nutrição adequada é fundamental na prevenção da Doença de Alzheimer, pois interfere diretamente em fatores de risco modificáveis, como a saúde cardiovascular e o metabolismo cerebral. Estudos indicam que dietas ricas em frutas, vegetais, peixes e gorduras insaturadas, como a Dieta Mediterrânea, estão associadas a um menor risco de desenvolvimento de Alzheimer. A inclusão de alimentos ricos em antioxidantes e ácidos graxos ômega-3 contribui para a redução do estresse oxidativo e da inflamação neuronal, fatores críticos no desenvolvimento da doença(2579-Texto del artícul…).
Além da prevenção, o acompanhamento nutricional é crucial para pacientes diagnosticados com Alzheimer. Com a progressão da doença, muitos pacientes desenvolvem disfunções alimentares, como a perda de apetite, dificuldades de mastigação e deglutição, e até a incapacidade de reconhecer a necessidade de se alimentar. Tais complicações podem levar à desnutrição, comprometendo ainda mais a saúde e a qualidade de vida dos pacientes. Portanto, o manejo nutricional deve incluir a adaptação das dietas para consistências adequadas e, em casos mais avançados, o uso de suplementação nutricional para garantir a ingestão adequada de calorias e nutrientes(2579-Texto del artícul…).
A aplicação de uma dieta individualizada, como a Dieta MIND (Mediterranean-DASH Intervention for Neurodegenerative Delay), que combina elementos das dietas Mediterrânea e DASH, tem mostrado resultados promissores na manutenção da função cognitiva em idosos. Essa dieta enfatiza o consumo de alimentos de origem vegetal e a limitação de produtos de origem animal e gorduras saturadas, o que pode retardar o declínio cognitivo associado ao Alzheimer(2579-Texto del artícul…).
Em conclusão, a nutrição desempenha um papel essencial tanto na prevenção quanto no manejo da Doença de Alzheimer. A implementação de estratégias dietéticas adequadas pode retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Portanto, é imperativo que a nutrição seja considerada um componente central no tratamento multidisciplinar do Alzheimer, integrada com outras terapias e intervenções médicas.
Referências:
AGRELA RODRIGUES, Fabiano de Abreu. Processo de nutrição para prevenção e acompanhamento de doentes em Alzheimer. Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Ciudad de México, v. 6, n. 3, p. 4535-4553, maio/jun. 2022. DOI: https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v6i3.2579.
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