A Neurobiologia e a Psicologia do Transtorno do Espectro Autista

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou Autism Spectrum Conditions (ASC) como também referido, afeta 1% da população e é considerado uma condição fortemente hereditária, resultado de um neurodesenvolvimento atípico. Indivíduos com autismo clássico e com Síndrome de Asperger compartilham dificuldades no funcionamento social, na comunicação e na capacidade de lidar com mudanças, além de apresentarem interesses excepcionalmente restritos. No caso da Síndrome de Asperger, o Quociente de Inteligência (QI) é médio ou superior à média, e a idade de início da linguagem pode ser precoce ou na média.

Em indivíduos com TEA, muitas áreas do “cérebro social” são atípicas. O TEA é caracterizado por um perfil de empatia prejudicada, acompanhada por uma forte capacidade de “sistematização”. Essa combinação resulta em desvantagens (quando a empatia é necessária) e talentos (quando a forte sistematização é vantajosa). Intervenções psicológicas que visam a empatia, utilizando a sistematização, podem ser benéficas.

A evidência para a forte base genética do autismo é sustentada por estudos de famílias e gêmeos. A prevalência em irmãos de indivíduos com autismo é de 2,9% a 3,7%, representando um risco quase 100 vezes maior do que na população em geral. Estudos com gêmeos encontraram taxas de concordância de 36% a 91% em gêmeos monozigóticos e de 1% em dizigóticos. Além de fatores genéticos, o autismo é uma condição multifatorial influenciada por fatores ambientais.


Referência:

Baron-Cohen, S. (2008). Autism. The British Journal of Psychiatry, 193, 321. doi:10.1192/bjp.193.4.321
Marotta, R., Risoleo, M. C., Messina, G., Parisi, L., Carotenuto, M., Vetri, L., & Roccella, M. (2020). The Neurochemistry of Autism. Brain Sciences, 10(3), 163. doi:10.3390/brainsci10030163

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