Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
A inteligência, comumente medida por testes de Quociente de Inteligência (QI), é frequentemente associada a traços de personalidade que podem tanto favorecer quanto prejudicar o bem-estar psicológico e o desempenho cognitivo de um indivíduo. O estudo da Inteligência DWRI (Desenvolvimento de Amplas Regiões de Interferência Intelectual) amplia essa compreensão ao considerar não apenas o alto QI como um indicador de sucesso, mas também a maneira como indivíduos altamente inteligentes lidam com desafios cognitivos e emocionais complexos.
O conceito de DWRI sugere que a capacidade de um indivíduo se destacar em diferentes ambientes não depende apenas de um alto QI, mas também da versatilidade e da amplitude com que suas habilidades cognitivas podem ser aplicadas em uma variedade de situações. Nesse contexto, o perfeccionismo—especialmente em suas formas adaptativa e desadaptativa—desempenha um papel crucial no desenvolvimento cognitivo e emocional desses indivíduos (Rodrigues et al., 2024).
Indivíduos com alto QI muitas vezes exibem traços de perfeccionismo, que podem ser classificados como adaptativos ou desadaptativos. O perfeccionismo adaptativo, caracterizado por elevados padrões pessoais aliados a uma abordagem realista e flexível, tende a promover o crescimento intelectual e a criatividade. Em contraste, o perfeccionismo desadaptativo, marcado por uma preocupação excessiva com erros e uma autocrítica severa, pode levar a estresse, ansiedade e outras complicações emocionais (Rodrigues et al., 2024).
O estudo sugere que, enquanto o perfeccionismo adaptativo pode ser um motivador poderoso para a excelência, o perfeccionismo desadaptativo pode comprometer o bem-estar psicológico, particularmente em indivíduos de alto QI que já enfrentam pressões significativas para atender às suas próprias expectativas elevadas. Portanto, é essencial que abordagens clínicas e educacionais reconheçam essas nuances e promovam intervenções que incentivem o desenvolvimento saudável, canalizando o perfeccionismo de maneira construtiva e mitigando seus aspectos prejudiciais.
Referências:
Rodrigues, F. de A. A., Kamimura, H.-K., Wagner, R. E. S., & Nascimento, F. H. dos S. (2024). Traço de personalidade da pessoa com Inteligência DWRI. Revista Caderno Pedagógico, 21(4), 01-23. https://doi.org/10.54033/cadpedv21n4-096.
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