Rosane Silva, professora associada da UFRJ e chefe do Laboratório de Metabolismo Macromolecular Firmino Torres de Castro, coordena uma equipe que está numa fase avançada para a criação de um kit único para detectar vírus, bactérias e fungos.
Tem-se no mercado diversos kits de diagnóstico, contudo, atualmente cada um identifica, em geral, somente um micro-organismo, prezando pela especificidade. O grupo de pesquisadores busca construir um kit que seja capaz de identificar os mais diversos tipos de patógenos.
“Ele identifica a presença de diferentes patógenos ao mesmo tempo. Como é possível identificar que vírus ou bactérias estão presentes, ganha-se um tempo precioso. Também consegue detectar se esses patógenos já desenvolveram alguma resistência à medicação. Além disso, só é preciso coletar uma fração de sangue do paciente, o equivalente a um décimo do que normalmente é preciso”, afirma Rosane Silva.
Algumas amostras biológicas, como é o caso do líquor, são difíceis de serem coletadas, tanto pelo fato de garantir a própria qualidade da amostras quanto pela dor e desconforto geradas ao paciente. Para a pesquisadora, este novo kit pode irá exigir menor quantidade de amostras: “em casos de infeções em próteses ortopédicas, ou quando é necessário fazer uma punção para coletar o líquor da espinha dorsal”.
Desenvolvido no Brasil, o kit considera, além da rapidez de diagnóstico e início da terapêutica, o espectro de patógenos mais comuns no país. Financiado pela Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro) e também pela Capes e CNPq, o novo “kit” pretende dar novas perspectivas para o diagnóstico laboratorial. A expectativa é que esteja disponível para comercialização em 2 anos, uma vez que ainda será requerida aprovação da Anvisa.